Rapaz que salvou menino de pitbull no Rio ganha curso de segurança

Patrick do Céu, de 20 anos, que salvou um menino do ataque de um cão pitbull no Rio de Janeiro, começa a colher os primeiros frutos do seu ato de bravura e coragem. O rapaz, que tem uma filha e está desempregado, ganhou um curso na área de segurança e o conserto grátis do telefone celular que quebrou durante a luta com o cachorro.

A oferta do curso foi feita por um telespectador da TV Globo, durante entrevista de Patrick ao telejornal Bom Dia Rio. “Foi um ato heroico. Ele agiu com muita inteligência e agilidade. Vimos que ele está precisando de um emprego. Sendo assim, estamos oferecendo a oportunidade para que você faça um curso de segurança, caso essa seja a vontade dele”, disse o telespectador Wanderson Abreu.

Já a oferta de conserto do celular, veio de outro telespectador. “O que você fez foi incrível. [Pelo seu] ato de coragem, decidi consertar o seu aparelho sem cobrar nada”, prometeu Marcos Paulo Santos de Azevedo. Falta agora aparecer quem dará emprego a esse jovem destemido.

O ataque

Patrick, que é vizinho do menino João, de 5 anos, salvou a criança na última quinta, 19, no Parque Anchieta, Zona Norte do Rio. Uma câmera de segurança registrou o momento em que o animal atacou o menino e Patrick lutou contra o o cachorro.

Ele conseguiu proteger João colocando a criança em cima de um carro estacionado na rua e depois subiu nele também.  Os dois ficaram quase meia hora no teto do automóvel esperando por ajuda.

O cachorro

O pitbull, cujo dono ainda não foi localizado, estava na rua e correu atrás da criança que brincava de patinete. Patrick não culpou o animal e disse que o cão já tinha sinais de ferimentos, que poderiam ser de maus tratos.

“Nenhuma raiva. O cachorro é inocente. É igual uma criança”, explicou Patrick do Céu. Ele contou que o pitbull apareceu na rua na última quarta-feira, 18, que estava sem dono e que chegou a dar água e comida ao animal.

Herói

O jovem herói disse que pensou na filha passando pela situação e se sentiu obrigado a ajudar. “Não sou herói, longe disso. Quando vi o que estava acontecendo, só consegui pensar na Lara. Fiz por aquele menino o que eu faria por ela. Não pensei em mim em nenhum momento, só queria fazer com que ele ficasse seguro. Agi por instinto”, contou ao Extra.

Patrick falou que não se sente um herói pelo que fez. O rapaz teve as mãos e pernas arranhadas. O pequeno João ficou com o olho inchado e levou alguns pontos no pescoço.

“O corte foi bem profundo. Na hora que o médico abriu para lavar, dava para enfiar a primeira parte do dedo. Foi por muito pouco”, contou a mãe de João, emocionada.

A babá do menino, que está com o braço imobilizado, contou que o cachorro começou a ficar agressivo quando viu crianças brincando de patinete. Ela, que quebrou o braço após o ataque, se protegeu ao ver que a criança estava segura em cima do carro. O cão está no Instituto de Medicina Veterinária Jorge Vaitsman, em São Cristóvão. De acordo com a Vigilância Sanitária, ele deve ficar em observação por dez dias.