Publicação: Movimento estudantil em tempos de ditadura

Amanda Menger
Tubarão

Censura, perseguições, luta armada e debates ideológicos. Estas foram algumas características da década de 1970 no Brasil. O período, marcado pelo embrutecimento do regime militar, é o tema do livro Abaixo as Ditaduras: História do Movimento Estudantil Catarinense de 1974 a 1981, escrito pelo desembargador tubaronense Lédio Rosa de Andrade, e do documentário homônimo da jornalista Ana Maria Lima. As duas obras serão lançadas no dia 30, às 19 horas, no auditório Antonieta de Barros, na assembleia legislativa, em Florianópolis.

A obra começou a ser planejada em 2005, durante uma palestra ministrada pelo desembargador durante as comemorações dos 25 anos dos centros acadêmicos dos cursos de direito e economia da Universidade Federal de Santa Catarina (Ufsc). Lédio, assim como outros alunos, participou ativamente do movimento estudantil.

“A discussão era extremista, ou se apoiava o regime ou se lutava contra ele, e isso às vezes era feito de forma agressiva. Na Ufsc, surgiu uma terceira via, chamada de Sapiens Clube de Cultura, que depois virou Luta Democrática. Eu comecei a participar em 1977. Acreditávamos no socialismo, queríamos o fim da ditadura, mas pelas vias legais”, explica Lédio. Também faziam parte da ‘terceira via’ o irmão do desembargador, o advogado e articulista do Notisul Léo Rosa, e o secretário estadual de segurança pública do estado, Ronaldo Benedet, entre outros.

Como estudante de direito, Lédio ajudou a reorganizar o centro acadêmico do curso, foi presidente do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Ufsc e presidente da União Catarinense dos Estudantes (UCE). “O livro conta toda esta mobilização. Foram quatro anos pesquisando os jornais da época. Aliás, o leitor poderá ler as matérias no livro, além de entrevistas com pessoas que viveram o período”, relata Lédio.