Protesto contra o racismo tomará as ruas de Imbituba neste sábado

Desencadeada a partir da agressão gratuita sofrida por um adolescente de 16 anos, em Imbituba, no último dia 3, uma manifestação antirracismo está marcada para tomar a rua Ernani Cotrin, no centro da Capital Nacional da Baleia-Franca. O protesto deverá ocorrer neste sábado (13), no estacionamento do mercado Tiele.

Na quarta-feira da semana passada, conforme relatos, foi retirado de um ônibus escolar à força por um agente da Polícia Militar (PM). O garoto foi imobilizado no pescoço e recebeu um mata-leão. A ação do agente contra o adolescente foi registrada por estudantes e divulgada nas redes sociais.

De acordo com informações, dois jovens brancos que estavam na ônibus iniciaram a confusão, porém, o adolescente negro foi envolvido no conflito sem ter sequer ter participado do ato. O garoto voltava do estágio, que faz junto a um órgão ligado à prefeitura de Imbituba.

Os dois jovens brancos ameaçaram o motorista e o monitor. Além disso, eles tiraram a tranquilidade dos demais ocupantes do transporte. O condutor e o monitor acionaram os agentes policiais e relataram o ocorrido. Os servidores da Secretaria de Educação e os passageiros afirmaram que o adolescente negro não tinha envolvimento com o caso, mas não foram ouvidos.

Conforme informações, o adolescente que voltava do estágio foi retirado do ônibus de forma agressiva, já os outros dois jovens brancos com todo cuidado. O estagiário afirmou que não tinha participação nas ameaças, no entanto, um policial mandou o garoto ficar quieto e posteriormente, na rua, após descer do ônibus aplicou o mata-leão.
Segundo o advogado da família do adolescente, Paulo Marcos da Silva, a ação dos profissionais de segurança pública foi desproporcional e motivada por racismo. O estagiário de 16 anos era a única pessoa negra dentro do transporte.

A situação incomoda com a dupla de alunos brancos teve início por volta das 12h30. Eles tentaram entrar no transporte no bairro Vila Nova, mas não puderam ter acesso pela falta da carteira de estudante. Eles teriam chutado e socado o veículo. No final da tarde, por volta das 17h30, o motorista retornou à Escola de Educação Básica Henrique Lage e os dois conseguiram entrar no ônibus e posteriormente, deram início a confusão.

O adolescente negro foi levado para delegacia por suposto desacato. Segundo informações, os pais do garoto foram agredidos e humilhados por agentes de segurança-pública,
A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-SC) repudiou a ação da PM. A OAB afirma que acompanha as investigações e espera a punição dos envolvidos e o necessário amparo ao cidadão vítima do ato racista. A PM também se manifestou e assegurou rechaçar qualquer tipo de discriminação. O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) instaurou um procedimento para apurar a conduta dos policiais.

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