Projeto vai levar ‘velejadores’ sensoriais para evento náutico em Itajaí

Projeto Sailing Sense
Projeto Sailing Sense

Quando se fala em toques e sensações, as emoções são mais fortes! É por isso que o velejador Miguel Olio, de São Paulo, vai levar um grupo, digamos, bem especial para participar do III Salão Náutico Marina Itajaí.

Miguel faz parte do Projeto Sailing Sense que proporciona lazer e inclusão social a pessoas com surdocegueira, múltipla deficiência sensorial e deficiência intelectual.

Ele dá a essa galerinha a oportunidade de ter a experiência do esporte a vela em sessões onde os participantes recebem instrução e são levados a velejar realizando todas as atividades a bordo. 

O evento vai ser de 5 a 8 de julho e serão realizadas ações com vários grupos de portadores de deficiência visual e intelectual e demonstrações para profissionais ligados à área.

A cidade de Tubarão está na lista de participantes do evento com dez representantes. Eles vão para Itajaí no sábado. “É um projeto diferente de todos que a gente já participou. Não é como ir para o teatro ou outro evento qualquer, é ir para o mar e velejar!”, diz Jane Dias Rodini, que tem deficiência visual. 

A única dificuldade que o grupo encontra no momento é arrecadar dinheiro para viajar. Gisele Paes é uma das apoiadoras o grupo e conta que eles orçaram um Van e a mais barata é R$ 750,00. “Estamos buscando juntar o máximo de dinheiro possível, até porque não tem só o custo do trajeto, tem a alimentação também”, diz. 

Gisele diz que quem quiser ajudar pode entrar em contato com ela pelo telefone (48) 99917-2841.

O projeto

Único no mundo, o Projeto Sailing Sense foi iniciado em 2007. Sua origem foi a monografia de especialização do professor de Educação Física, Miguel Olio, “Esporte Adaptado: Vela para pessoas com Síndrome de Usher”.

Transpondo a teoria para a prática, Miguel iniciou o projeto que já atendeu a mais de mil pessoas entre adultos e crianças, promovendo o desenvolvimento dos seus aspectos perceptivo-motor, psicossocial e sociocultural, visando contribuir com o seu processo de inclusão social.

Trata-se de um dia de atividades onde, em primeiro lugar, o barco é apresentado aos participantes que podem senti-lo pelo tato, ou caminhando pelo deck, de acordo com a preferência de cada um.

Em seguida, os participantes são instruídos sobre o trajeto, duração e outros detalhes da navegação. Já a bordo, velejam – sem motor – e todos tomam parte na atividade puxando e soltando as velas, dando, assim, o rumo da embarcação.

“A navegação é um momento mágico”, conta Olio, “onde eles fazem tudo, como caçar (puxar) ou soltar as velas e dar a direção no veleiro. Depois de algumas manobras, voltamos à marina e buscamos saber se gostaram e se divertiram. Uma vez em terra, aguardam os outros amigos, conversam, brincam uns com os outros, participam de oficinas. Enfim, lazer que aprimora a autoestima e a capacidade cognitiva”.    

Os participantes são encaminhados por entidades e instituições que fazem o acompanhamento em terra e monitoram as atividades pré e pós-velejada.

Convidado do III Salão Náutico Marina Itajaí, o projeto Sailing Sense será demonstrado, na prática, durante o evento. Serão realizadas quatro ações com cerca de 80 participantes encaminhados por instituições locais.