Projeto para colírio que vai substituir óculos precisa de US$ 1 milhão

O colírio para corrigir problemas de visão, que está sendo desenvolvido em Israel, precisa de US $ 1 milhão, quase R$ 4 milhões de reais de investimento, para financiar a pesquisa e o desenvolvimento do produto.

Pesquisadores do Centro Médico Shaare Zedek e da Universidade Bar Ilan, em Israel, já estão em contato com investidores para arrecadar o valor.

Composto por uma solução de nanopartículas sintéticas, o colírio demonstrou grande potencial para resolver problemas de visão relacionados à córnea.

Na primeira rodada de ensaios em animais em março, o nanodrops foi aplicado às córneas dos porcos e corrigiram com sucesso dois tipos de erros de refração: miopia (miopia) e presbiopia (hipermetropia tipicamente causada pelo envelhecimento).

“Nestes primeiros testes de bioatividade, demonstramos que essas gotas são incrivelmente eficazes”, diz o professor Jean-Paul Moshe Lellouche, do Departamento de Química da BINA.

A descoberta

O “nanodrops”, foi anunciado pela primeira vez em março de 2018 pelo Dr. David Smadja, pesquisador associado do Instituto de Nanotecnologia e Materiais Avançados (BINA) da Universidade Bar-Ilan e pelo Chefe da Unidade de Pesquisa de Oftalmologia.

Para desenvolver o colírio, Shaare Zede Smajda liderou uma equipe de oftalmologistas, incluindo o professor Zeev Zalevsky, da Faculdade de Engenharia Kofkin, do Bar Ilan, e o professor Jean-Paul Moshe Lellouche, do Departamento de Química da BINA.

A ideia

A inspiração para os colírios veio do Dr. Smadja, que sofria de dores de cabeça há anos por trabalhar em seu computador por longos períodos de tempo. Ele sabia que precisava de uma pequena correção visual, mas suas escolhas eram limitadas.

“Minha correção foi tão pequena que eu não era elegível para nenhuma operação a laser. Minhas opções na época eram [ou] usar óculos ou usar lentes de contato”, disse Smadja ao NoCamels.

Dr. Smadja reconheceu que as soluções padrão para correção visual não conseguiram curar os olhos secos, um sintoma comum entre os usuários de tela, e decidiu criar uma alternativa melhor:

“Eu pensei, porque não fazer colírios que poderiam corrigir minha visão com um índice de refração?”

Coelhos

A equipe planeja ampliar o teste das gotas em coelhos vivos este ano, antes de passar para testes em seres humanos em 2020.

Durante esses testes, os pesquisadores vão testar as gotas em indivíduos com “qualquer tipo de erro de refração que entra no escopo dos nanodrops”, disse o Dr. Smadja.

Segundo ele, o objetivo é corrigir diferentes tipos de erros de refração. “No final, pretendemos ter colírios para miopia (miopia) e para hipermetropia (hipermetropia)”, acrescenta.

“Primeiro, mesmo que as córneas dos porcos estejam muito próximas do olho humano, não temos nenhum feedback em termos de quanto tempo o efeito durará”, explica o Dr. Smadja.

Estima-se que os usuários das gotas experimentarão correção visual por pelo menos dois a três dias, o que a equipe espera verificar usando o feedback verbal dos sujeitos.

Dr. Smadja acrescenta que os testes em humanos também oferecem a oportunidade de testar os nanodrops: “Queremos comparar as gotas e os óculos, e não podemos fazer isso com os animais.”

Investidores

Os pesquisadores estão atualmente trabalhando com sua equipe de investidores para construir uma startup de biotecnologia em torno dos nanodrops. Eles planejam promover sua invenção através desta empresa com a expectativa de colocar o produto no mercado até o verão de 2020.

Smadja diz que a equipe pretende vender as gotas a um preço competitivo – em algum lugar entre o preço dos óculos e o preço dos contatos.

“A ideia não é criar um produto que seja muito mais caro que suas alternativas”, explica ele.