Profissão: Lugar de mulher é no ônibus

Maria tem o carinho dos passageiros em cada linha realizada.
Maria tem o carinho dos passageiros em cada linha realizada.

Carolina Carradore
Tubarão

Foi-se o tempo em que certas profissões eram diferenciadas pelo sexo. Em Tubarão, há empresas de transporte coletivo que também apostam na qualidade do serviço de condutoras mulheres. É possível encontrar mulheres no comando de grandes veículos. E quando optam por essa profissão provam que também são capazes de lidar com a rotina desafiadora da atividade.

Maria de Lourdes de Oliveira, 43 anos, supera o preconceito de estar em uma atividade associada ao universo masculino.
O gosto por veículos maiores iniciou há mais de dez anos, quando acompanhava o marido na boleia do caminhão. Resolveu assumir o volante sozinha e virou caminhoneira. As longas viagens realizadas pelo estado todo, muitas vezes foram acompanhadas pelos três filhos, em período de férias.

Mas a paixão por pilotar transporte coletivo falou mais alto, junto com os pedidos dos filhos de largar a BR. Há quatro anos, trabalha como motorista de ônibus da empresa Transporte Capivari (TCL). A vaidade também toma conta da motorista, que não dispensa um batonzinho.

O seu desempenho não é somente reconhecido pela empresa que representa, como também pelos colegas de trabalho. O motorista Vilson Dalastra elogia as mulheres que comandam um meio de transporte coletivo. “Daqui a pouco, vamos ficar desempregados, pois elas dominam muito bem a profissão. São mais educadas e atenciosas com o trânsito”, brinca.

Profissão que vem de família

Luciane Floriano Cardoso, 36 anos, aprendeu a dirigir caminhão com o pai e tomou gosto por veículos de grande porte. Casou com um caminhoneiro e, por anos, revezou o volante de longas viagens com o companheiro. Com a separação, resolveu prosseguir na profissão de motorista. Durante quatro anos, trabalhou em uma empresa do Rio Grande do Sul.

Atualmente, é condutora de ônibus da empresa São Geraldo, em Tubarão. O preconceito ela ainda sente, mesmo que de forma sutil. “Piadinhas sempre escuto, mas não dou bola. Amo minha profissão acima de tudo”. Os desafios são recompensados pelo carinho dos passageiros. “Já fiz amizades, cumprimento os passageiros pelo nome e espero todos se sentarem antes de arrancar”.