Procissão expõe arte em tapetes

Maycon Vianna
Tubarão

Uma demonstração de fé e devoção ao corpo de Cristo. Os tubaronenses saíram de casa por volta das 8 horas de ontem para decorar as ruas à espera da procissão de Corpus Christi. A tradição de fazer o tapete com folhas, flores e serragem vem dos imigrantes açorianos.

Essa tradição praticamente desapareceu em Portugal, onde teve origem, mas foi mantida nos açores e nos lugares onde chegaram os seus imigrantes, como, por exemplo, Florianópolis, Laguna e cidades próximas ao litoral. “É muito bom decorar as ruas e ver o trabalho artístico admirado por outras pessoas”, expõe o artesão Pedro Paulo Santos, de Tubarão.

Não só os tapetes convencionais feitos artesanalmente ilustrou a procissão. Mais uma vez, a comunidade fez a sua parte e demonstrou solidariedade na doação de cobertores. “Arrecadamos estas peças para doação. A nossa população é sempre muito cordial. É importante este trabalho de ajuda para decorar as ruas e avenidas e também vale salientar o gesto de compaixão com os mais necessitados”, enfatiza o reitor do seminário, padre Pedro de Biasi.

As doações foram feitas por empresários, pela igreja e também pela comunidade. A Festa de Corpus Christi é um dos eventos religiosos mais importantes da cidade e proporciona um espetáculo de arte e religiosidade. São utilizadas dezenas de materiais para a ornamentação das ruas, como areia, vidro moído tingido, serragem, entre outros.

A criatividade é a marca de muitos grupos que trabalham para enfeitar o caminho por onde passa a procissão com o Santíssimo Sacramento, levado pelo bispo diocesano de Tubarão, dom Jacinto Bergmann.
Mais de duas mil pessoas participaram da procissão e arrecadadas aproximadamente 1,2 mil cobertas.