Processo contra diretor desagrada comunidade escolar

Há 35 anos na Martinho Alves dos Santos, José da Silva Thiesen aguarda decisão da secretaria de Educação que pretende retirá-lo do cargo.

Tubarão

Os pais de alunos da Escola de Educação Básica Martinho Alves dos Santos, no bairro São Martinho, em Tubarão, fazem amanhã um ato público contra um processo disciplinar que pode retirar José da Silva Thiesen do cargo de diretor. O protesto começa às 9 horas em frente à unidade escolar.

De acordo com a presidente da Associação de Pais e Professores (APP), Dayani Goulart Mendes Schmoeler, os manifestantes levarão cartazes e irão percorrer algumas ruas do bairro, chamando atenção dos vizinhos para o caso. “A qualquer momento, o José pode ser retirado do cargo. Uma pessoa que está há tanto anos na direção está sendo escorraçada. Ninguém queria que fosse dessa forma”, reclama Dayani.

Pais e professores também estão produzindo um abaixo-assinado, que será encaminhado à secretaria de Educação, em Florianópolis, onde tramita o processo. “Ninguém entendeu nada. Não sei se existe motivo pessoal, porque a escola sempre andou bem. O processo foi para a Capital no fim do ano passado”, afirma a presidente da APP.

Há 35 anos na Martinho Alves dos Santos, dos quais 20 como diretor, Thiesen diz que está sendo acusado de desacato por causa de pelo menos três fatos ocorridos na escola. Em um deles, a mãe de uma criança queria que o filho fosse matriculado no período da tarde, mas só havia vaga para o turno matutino. Provisoriamente, a criança começou a frequentar as aulas pela manhã e acabou desistindo da mudança para a tarde.

Em outro caso, um rapaz de 15 anos queria ser matriculado sem a presença dos pais. A escola negou a vaga até que ele estivesse acompanhado dos responsáveis. Matriculado, o diretor diz que o estudante vai pouco às aulas. Em ambas as histórias, o Conselho Tutelar foi acionado pelos pais dos envolvidos.

Sanção a uma professora está entre as denúncias
O terceiro fato diz respeito a uma professora que viajou 15 dias para Inglaterra, mas só avisou a escola às vésperas da partida. Thiesen afirma que a gerência de Educação de Tubarão (Gered) exigiu que ela ganhasse as faltas imediatamente, mesmo contra a vontade do diretor, que preferia esperar o seu retorno do exterior para ver se ela apresentaria alguma justificativa.

O gerente de Educação, Jaime Ondino Teixeira, diz que a Gered não tem nenhum relação com o processo administrativo. Segundo ele, o caso teve início na própria secretaria de Educação, na Capital. “Não fui ouvido, nem sei qual é o conteúdo”, garante.

Publicado às 8h30min desta sexta-feira (31/03/2017)