Preço do etanol pode passar o da gasolina

“Se eu não tivesse comprado um carro movido a GNV, certamente já teria feito a troca”. Quem atesta é o empresário Rogério Ricardo (foto). E ele está na vantagem: o GNV é o único combustível que não deve sofrer aumento nos próximos dias.
“Se eu não tivesse comprado um carro movido a GNV, certamente já teria feito a troca”. Quem atesta é o empresário Rogério Ricardo (foto). E ele está na vantagem: o GNV é o único combustível que não deve sofrer aumento nos próximos dias.

 

Karen Novochadlo
Tubarão
 
O empresário Rogério Ricardo, de Jaguaruna, percorre uma média mensal de 1,5 mil quilômetro com seu carro. O gasto com combustível só não pesa tanto no orçamento porque o veículo utiliza GNV. E esta é a vantagem de Rogério frente a maioria dos outros consumidores. O GNV será o único combustível que não deve sofrer aumento no preço nos próximos dias.
 
Desde o fim do ano passado, o valor dos derivados passa por elevações. Só o etanol sofreu uma alta de mais de 30% nos últimos três meses. E agora é previsto um novo aumento, que provavelmente deixará o preço deste combustível superior ao da gasolina. 
 
“A expectativa não é muito animadora. O preço do litro do etanol, nas distribuidoras, já está em R$ 2,40 e pode aumentar  ainda mais”, revela o presidente do Sindicato de Revendedores Varejistas de Combustíveis da Grande Florianópolis (Sindicomb), Luiz Ângelo Sombrio. “O GNV é o único que apresenta vantagem para o motorista catarinense neste momento”, completa.
 
O aumento no preço é motivado pela safra não muito rentável de cana. Além disso, o açucar, no mercado estrangeiro, está com preço alto, o que favorece a exportação. “O principal problema é o mercado interno que não está aquecido. E, de quebra, março é o mês da entressafra”, considera o delegado Sindicomb em Tubarão e região, Valdo Viana Filho.
 
E como sempre ocorre quando aumenta o valor do etanol, a gasolina também sofrerá uma elevação. Os donos dos postos preferiam segurar o preço,  como fizeram em novembro do ano passado, ao repassa-lo para o consumidor. Mas desta vez não há mais margem para isso.
“Queríamos que o governo reduzisse para 20% o percentual de etanol na gasolina, como foi feito em 2010. É a melhor medida neste momento. Mas ainda não sinalizaram nada neste sentido, infelizmente”, Lamenta Luiz Ângelo.
 
Desabastecimento
Um ‘murmurinho’ de que poderia faltar GNV nos postos de combustíveis da região não passa de boato, garante o delegado do Sindicato do Comércio Varejista de Combustível de Tubarão e Região, Valdo Viana Filho. “Se isso fosse ocorrer, já teríamos sido comunicados”, garante.