Pra fazer arte não é preciso um cenário cinematográfico. O malabarista e o poeta mostram que é possível e até ganharam as ruas de Tubarão

Lily Farias

Tubarão

Já faz um bom tempo que a arte vem ganhando espaço no coração dos tubaronenses, ainda meio tímida, mas aos poucos ela encontra como chegar e encantar os cidadãos. E ela é cada dia mais presente especialmente nas ruas.

As intervenções artísticas urbanas nada mais são do que a expressão sentimental onde o palco é a natureza, a urbanidade, a rua! É onde o público pode acompanhar mais de perto o verdadeiro significado da arte.  

E pra fazer arte não é preciso um cenário cinematográfico, basta ter sentimento e vontade de se doar. É o que a gente vem percebendo pelas ruas de Tubarão, são malabares nos semáforos, músicos no deck à beiro-rio, poetas esbanjando cantorias.

Quem passa no Centro de Tubarão todas as manhãs já conhece a figura icônica do seu Manoel Aderino, o popular Poeta da Bicicleta.  Ele passeia de bike cantando músicas de sua própria autoria, recitando poesia e encantando os motoristas que estão à espera do semáforo abrir, os pedestres que passam pelas calçadas.  

Prestes à completar 62 anos de idade, no dia 11 de março, o Poeta comemora também a realização de um sonho, o lançamento do seu primeiro CD “Trem a Carvão”. Nas letras ele destaca Tubarão com todas as suas belezas naturais. O trabalho é produzido pela Mestres Produções, de Tubarão e tem previsão de lançamento para este mês. 

E como um “Fazedor de arte” nunca anda sozinho, nos últimos dias é possível ver “caras” novas se apresentando no semáforo. Já apresentamos o casal Sarah e Davi Siqueira, recentemente tiveram a pequena Elora, que inclusive, já veio trabalhar com a mamãe nas ruas. 

E dessa vez é o casal Andy o Bruxo e a esposa Soledad, que estão no Brasil com o propósito de fazer arte e conhecer o Litoral Catarinense. Eles moram em  Montevidéu (Uruguai), e optaram como estilo de vida rodar a região Sul do Brasil fazendo intervenções urbanas para se manter financeiramente. 

Aqui no Brasil eles são moradores de rua e não querem fixar residência porque pretendem voltar ao país de origem onde têm emprego e moradia, já que ganham a vida honestamente tocando e cantando em bares. 

Quanto às belezas do nosso Litoral, Andy disse que vai voltar pra casa com a sensação de dever cumprido.

“O que mais me encantou aqui no Brasil foi o amanhecer do sol nas praias. É maravilhoso ver o astro vindo entre o mar, os morros. Em Montevidéu a praia é plana, é outra beleza”, conta Andy.