Pós-operatório: Cíntia já consegue sentar e receberá alta da UTI nesta quarta

“Por mais que houver 1% de vida, tenha 99% de fé. Deus é maravilhoso, devolveu minha princesa, Cíntia. Gratidão a Deus e ao povo, pelas orações”. Com esta frase, enviada exclusivamente ao Notisul ontem, Liliane Martins Eliseu, mãe da adolescente Cíntia Eliseu Oriques, de Pescaria Brava, resumiu a felicidade que a família está com a recuperação da garota neste pós-operatório, para corrigir uma escoliose em grau avançado. O procedimento levou pouco mais de doze horas e foi realizado nesta segunda-feira (29), no Hospital Infantil Joana de Gusmão, em Florianópolis. 

A paciente sentou pela primeira vez e uma foto, enviada especialmente ao Notisul nesta quarta-feira (1º), mostra a evolução do seu quadro clínico e o sucesso dos trabalhos da equipe médica no caso, comandada pelo ortopedista André Andújar.  Cíntia foi encaminhada para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI), onde permanece em recuperação, mas recebeu alta do setor no fim da tarde de ontem. É muito provável que deixará o hospital entre o fim desta semana e início da próxima. Segundo Liliane, os médicos estão surpresos com a força de recuperação mostrada pela adolescente. 

Em fevereiro, Liliane procurou o Notisul pedindo ajuda porque estava há quase um ano aguardando na fila do SUS para fazer a cirurgia no Hospital Infantil e não tinha resposta. A Redação foi atrás do hospital e descobriu que Cíntia sequer estava na lista de espera e eles não sabiam dizer por qual motivo. 

Desde então, o secretário de Saúde de Pescaria Brava, Henrique Souza, o jornal e centenas de voluntários abraçaram a causa na tentativa de achar uma solução para a adolescente. No dia seguinte à reportagem, Liliane foi chamada no Joana de Gusmão, onde foi marcada uma consulta no consultório do ortopedista André Andújar, e que a cirurgia custaria R$ 103 mil. A mãe mobilizou amigos, imprensa e apoiadores para levantar o montante. 

A campanha durou até o último dia 15, quando Liliane recebeu a notícia de que havia uma data agendada para a cirurgia e que seria feita pelo SUS. O procedimento estava marcado para o fim de maio, mas na semana passada, foi adiantado para o dia 29 deste mês. 

Além disso, Cíntia é, desde a infância, portadora da Síndrome de Landau-Kleffner (SLK), uma forma rara de epilepsia infantil que resulta em sérios transtornos de linguagem, capacidade de cognição, inabilidade para entender as palavras e comportamentos autistas.