Porto de Imbituba: R$ 97 milhões previstos para 2010

Amanda Menger
Imbituba

As previsões de crescimento para Imbituba nos próximos anos são invejáveis. As mudanças são visíveis em diversos setores da cidade. Cada vez mais empreendedores interessam-se pelo município. E não é para menos. O Porto de Imbituba está situado em uma região estratégica e possui naturalmente boas condições para receber grandes embarcações.

A tendência é que o porto volte, em pouco tempo, a ter um grande destaque na economia do município e também da região. A ‘virada’ começou em 2004, quando a Companhia Docas de Imbituba resolveu trocar a administração e repensar as atividades. Em março de 2008, foi concluído o processo de licitação do Terminal de Contêineres do Porto de Imbituba.

A vencedora, a Santos Brasil, anunciou investimentos de R$ 400 milhões. Destes, R$ 120 milhões foram pagos na assinatura do contrato; outros R$ 80 milhões foram investidos em obras, só neste ano, e outros R$ 80 milhões estão previstos para 2010, além de R$ 17 milhões do governo federal. A intenção da concessionária é dar condições para que o porto receba embarcações maiores.

“Neste ano, o orçamento é de R$ 80 milhões, mas acredito que eles não chegarão a gastar tudo. As obras ficaram paradas por quase dois meses, em função do embargo da APA da Baleia Franca. O bate-estacas prejudicava as baleias que vêm para Imbituba no meio do ano. Conseguimos resolver o impasse e as obras foram retomadas. Ainda não estão no mesmo ritmo de antes da paralisação”, avalia o prefeito José Roberto Martins, o Beto (PSDB).

Um mega-canteiro de obras

Quem transita pelo Porto de Imbituba tem a sensação de estar em um canteiro de obras gigante. Entre os trabalhos, está a construção de um novo pátio para os contêineres, um outro armazém para os fertilizantes, além de duas obras de infraestrutura: retificação dos molhes sul e ampliação dos cais.

A retificação dos molhes é feita pelo Exército em etapas. Neste ano, deve ficar pronta a parte de reforço dos pontos críticos. Em 2010, deve ser feita a ampliação dos molhes. O governo federal já investiu R$ 23 milhões, outros R$ 17 milhões devem ficar para o próximo ano.
Já a ampliação do cais (foto acima), deverá ficará pronta no fim de 2010 e constitui-se no aumento da área de atracação dos berços 1 e 2. Hoje, estes berços têm juntos 308 metros. Com o fim das obras, terão 410 metros cada. A Tecon Imbituba contratou a empreiteira Andrade Gutierrez para tocar a obra.

Os dois meses em que o bate-estacas utilizados para fincar 1,6 mil estacas no mar ficou parado, em decorrência de um embargo judicial, gerou um prejuízo de R$ 4 milhões. “Muitas máquinas são alugadas e enquanto tentávamos resolver o impasse junto aos órgãos ambientais, estes equipamento ficaram parados e, mesmo assim, a empresa precisou pagar por eles. Chegamos a ter 400 trabalhadores no canteiro, e hoje são em torno de 280”, explica o administrador do porto, Jeziel Pamato de Souza.

Outra obra importante é a dragagem. A primeira parte foi concluída em setembro. Com isso, o porto tem hoje um calado de 12 metros. Agora, a intenção é buscar recursos para uma segunda fase, que permita deixar o calado com 15 metros. Para isso, estima-se um gasto de R$ 53 milhões, e serão necessários recursos do governo federal.

Movimentação de contêineres cresce

Uma das mudanças significativas no Porto de Imbituba é a movimentação de contêineres. Em 2004, eram movimentados cerca de 300 contêineres por mês. Hoje, a média mensal é de 1,5 mil contêineres. Com a ampliação dos cais 1 e 2, poderão ser recebidas embarcações com até 300 metros de comprimento para calado de até 12 metros. A expectativa é movimentar dez mil contêineres entre o fim de 2010 e início de 2011. E até 2013, ampliar para 30 mil contêineres. Para se ter uma noção do crescimento, em 2004, o giro mensal era de 300 contêineres.

“Esse aumento proporcionará uma mudança incrível na cidade. Recebi um relatório que fala do impacto deste trânsito para o município. Se não providenciarmos a duplicação de algumas vias, teremos congestionamentos de carretas entre o porto e a BR-101. Além disso, tem a questão financeira. Se passar de 1,5 mil para dez mil contêineres, isso representará um volume maior de recursos para o município, que nem tem como estimar por enquanto”, observa o prefeito José Roberto Martins, o Beto (PSDB).

Da quantidade de contêineres movimentada hoje, 40% é resultante de operações de cabotagem. “Hoje embarcamos aqui arroz e cerâmica que são levados para o norte e nordeste nas linhas de cabotagem. A tendência para os próximos anos é que tenhamos mais rotas nacionais e internacionais, já que teremos condições de receber embarcações maiores e a nossa capacidade de armazenagem também será maior”, explica o administrador do porto, Jeziel Pamato de Souza.
Hoje, duas empresas operaram com cabotagem: Mercosul Line e Aliança Navegação e Logística. As duas fazem rotas que ligam o estado a Bahia, Pernambuco, Ceará e Manaus.