Porco de estimação chama atenção de veranistas no litoral gaúcho

Como se passeasse com um cachorro, Alcebíades Lopes, de 86 anos, anda pelas ruas de Tramandaí com Amarildo, um porco de mais de 150 quilos. A cena chama a atenção de todos que passam pela dupla, que já se acostumaram às perguntas e fotografias. Segundo o proprietário, o animal é fotografado centenas de vezes sempre que sai para suas caminhadas a cada dois dias. Com dois anos de idade, Amarildo também se destaca pela mansidão.

Sem qualquer tipo de coleira, segue sempre próximo do dono e só se incomoda quando ele interrompe o trajeto. Se seu Alcebíades resolve parar para conversar, o porco lhe cutuca com o focinho para que o papo continue enquanto caminham. Lopes vive há 38 anos em Tramandaí, mas se criou no meio rural, em Jaguari, onde nasceu. Ganhou Amarildo dos filhos, que o trouxeram de uma fazenda quando era recém-nascido. Ele, no entanto, logo teve um tratamento diferente de outros animais do campo com os quais o dono era acostumado. “Esse se criou no meu colo, vendo televisão e tomando mamadeira”, garante o proprietário.

E esses foram apenas alguns dos hábitos que o suíno adquiriu. Já crescido, ele não come qualquer coisa, como por vezes se imagina que fazem os porcos. Banana, por exemplo, só se for sem casca. Com o tempo, a relação de Alcebíades e Amarildo foi se tornando mais forte. O crescimento do animal lhe fez, inclusive, modificar a vida. “Me mudei de um apartamento de três dormitórios para alugar uma casa para ele poder ficar mais à vontade”, comenta o dono.

No imóvel, o suíno tem um pátio e uma horta onde se refestela ao lado de outros bichos cuidados por Lopes, como cachorros e galinhas. Todos com nome, é claro. “É como se cria uma pessoa, só que ele não fala”, brinca Alcebíades, ao falar sobre o tratamento dado a Amarildo.

Com exceção dos cães das casas de Tramandaí, que latem sem parar para o porco, todos se divertem com o animal passeando pelas ruas. Os que ainda não o conhecem, se surpreendem, mas os vizinhos da praia até o cumprimentam pelo nome. E a educação é recíproca. Na manhã de domingo, Amarildo se aproximou de uma mulher que passava pela calçada. Ao chegar perto, encostou com o focinho em suas pernas. “Ele está te dando bom dia”, explicou a ela o dono.