Polícia Militar Rodoviária passará a monitorar o bloqueio na Serra do Corvo Branco

#ParaTodosVerem Na foto, uma viatura da Polícia Militar Rodoviária (PMRv) faz o monitoramento do bloqueio na Serra do Corvo Branco, entre Urubici e Grão-Pará
Polícia Militar Rodoviária fará o monitoramento da Serra do Corvo Branco para que o bloqueio não seja novamente removido. Este trecho da SC-370 ainda apresenta diversos pontos de instabilidade e novos deslizamentos de terras e rochas ainda podem ocorrer - Foto: SIE | Divulgação

O movimento de veículos na Serra do Corvo Branco foi grande ao longo desta quinta-feira (2), depois que um grupo de moradores e produtores rurais de Urubici e Grão-Pará utilizaram tratores e escavadeiras para abrir o trecho da SC-370, interditado há quase um mês em virtude das fortes chuvas que assolaram diversos municípios catarinenses no começo de maio. Mas a alegria durou pouco. O tráfego voltou a ser bloqueado e a partir de agora, a Polícia Militar Rodoviária (PMRv) fará o monitoramento da área para evitar que a população volte a utilizar a via, considerada de extrema periculosidade, conforme o Notisul publica há semanas. Nesta quinta-feira à noite, a Secretaria de Estado da Infraestrutura e Mobilidade (SIE) voltou a informar que, por questões de segurança, continua expressamente proibida a passagem de qualquer tipo de veículo e até mesmo de pedestres e ciclistas do corte da Serra, em Urubici, até o Distrito de Aiurê, em Grão-Pará.

“Fechar a Serra do Corvo Branco não é o que gostaríamos. Mas é o necessário fazer para a segurança das pessoas. Estamos diante de uma situação bastante crítica e que precisa de uma intervenção técnica. A questão nunca foi apenas a limpeza da via, há risco de quedas de rochas, que foi o que aconteceu no último domingo [29] e pode voltar a ocorrer a qualquer momento. Além disso, tivemos perdas de pista e, com as chuvas, podem ocorrer outras”, destaca o titular da pasta, tenente-coronel Thiago Vieira. Também nesta quinta, geólogos da Defesa Civil especialistas em desastres, equipes coordenadas pela SIE e representantes do Exército Brasileiro avaliaram a situação no local. O secretário adjunto da SIE, engenheiro civil Alexandre Martins, explica que os moradores jogaram material rochoso, barro e até mesmo guard-rails nas encostas.

Com isso, houve sérios danos à vegetação, que naturalmente exerce a função de conter as encostas. “São mais de duas toneladas de rochas que foram deixadas na via justamente para proteger a pista do material que ainda está por cair. Estamos trabalhando para mitigar os riscos agora”, lamenta Martins. O último deslizamento de rochas, no domingo passado, ocorreu em um ponto já identificado como de risco pelas equipes da SIE e Defesa Civil. Juntamente com o Batalhão do Exército de Lages, a SIE avalia a possibilidade de uma detonação da rocha que está em risco de descolar e cair. Paralelamente, a empresa contratada pelo Estado trabalha no desmonte a frio da rocha no ponto onde houve perda de pista. O objetivo é abrir caminho para um novo traçado da SC-370.

A Serra do Corvo Branco foi totalmente interditada no dia 4 de maio por conta das chuvas que castigaram toda a região no começo do mês. Houveram mais de 20 deslizamentos de terras e pedras, além de perda estrutural de partes da pista no trecho que ainda é de chão batido. Quatro dessas quedas de barreiras foram bastante expressivas a ponto de nem mesmo os técnicos conseguirem vistoriar o lugar. O helicóptero Águia, da Polícia Militar, fez um sobrevoo no dia 5 de maio para verificar a situação e constatou que não havia sequer como iniciar um trabalho emergencial de limpeza. Por terra, a primeira incursão pôde ser feita apenas no dia 12 de maio e boa parte do trajeto precisou ser percorrido a pé, pois não havia como chegar com carros.

No dia 20 deste maio, a Secretaria de Estado da Infraestrutura e Mobilidade liberou o trecho entre Urubici e o corte, cujas pistas foram literalmente soterradas no início do mês. Deste ponto até o Distrito de Aiurê, o tráfego, inclusive de pedestres e ciclistas nunca foi liberado por falta de seguraça. Vale novamente lembrar do alerta de perigo que a Defesa Civil do Estado emite desde o dia 12 de maio, quando a primeira vistoria foi realizada: existem locais com alta instabilidade e isso pode ocasionar novos deslizamentos em toda a região da Serra. Não por acaso, isso foi exatamente o que ocorreu neste último fim de semana.

Texto: Zahyra Mattar | Notisul

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