Pessoas simples, grandes exemplos

Zahyra Mattar
Tubarão

Por nossas vida passam várias pessoas que sempre deixam uma marca. Seja boa ou ruim. Quando é boa, a lição fica para sempre. Quando é ruim, muitas vezes o sentimento não é dos mais nobres. Mas deveria. Quando as coisas dão errado, a lição é muito maior e mais valiosa. A grande questão é conseguir absorver este aprendizado. Com persistência, porém, é possível.

Cair e levantar são dois atos que caminham tão juntos quanto um casal de namorados. Os exemplos são inúmeros. As lições de vida podem surgir quando se menos espera. Um motorista que aguarda o pedestre atravessar a rua, com calma, sem buzinar. Um cidadão que sede o seu lugar no ônibus para uma mulher grávida. A gentileza de abrir uma porta para o semelhante. Todos exemplos que precisam ser seguidos. São estas pequenas atitudes que nos diferem dos animais irracionais.

Seja alguém com maior ou menor poder aquisitivo. Respeito é para todos. Muitas vezes, aquele cidadão simples, sem escolaridade, tem muito a acrescentar. O ensinamento pode passar desapercebido, simplesmente por conta do conceito que antecipamos das coisas, das pessoas. “As pessoas julgam muito o seu semelhante. Não tenho nada nesta vida, mas sou feliz até debaixo d’água. Sou assim mesmo, povão. Estudei até a terceira série do ensino fundamental. Mas não tenho vergonha de ser quem sou. Tento ser o melhor que posso todos os dias”, ensina Augusto Fernandes, o Gaúcho.

Ele e a esposa, Maria, têm uma barraquinha de lanches na cabeceira da ponte Nereu Ramos, no centro de Tubarão. “Evito reclamar da vida. Somos o que queremos ser. Posso ter estudado pouco, mas leio, procuro conhecer as coisas. Discuto de igual com qualquer um. As pessoas precisar ser valorizadas e também se valorizarem”, pontua.

O garçom Osmar Machado de Souza, de Braço do Norte, é outro exemplo. Ele e a esposa viveram 16 anos juntos. Um dia, descobriram que o amor entre homem e mulher tinha terminado. “O que existia era o carinho, a amizade, o respeito. Conversamos com nossas filhas (18 e 13 anos) e resolvemos seguir nossos caminhos. Nos damos muito bem. Quando vou visitá-las, fico na casa da minha ex. Quando elas vêm para cá, ficam todas na minha casa. Não é preciso brigar. Ela foi uma esposa exemplar, é uma mãe nota dez. Isso não pode desaparecer da noite para o dia porque nos separamos. Minha ex é a melhor ex-esposa do mundo. É minha amiga e confidente”, ensina.