Pedágio na BR-101: Manifestação forma filas de oito quilômetros

Gabriela Rovai
Palhoça*

A família Rosa acordou cedo sábado para viajar à Praia do Sonho, meia hora distante de onde moram, em Palhoça. Só não contavam ficar uma hora e meia no carro, na BR-101, com o trânsito parado por causa da mobilização na rodovia contra a cobrança de pedágio no quilômetro 221, em Palhoça.

Com filas de oito quilômetros de extensão, buzinaço de centenas de carros, caminhões e ônibus, a manifestação reuniu moradores e entidades de classe de Palhoça, concentrados a um quilômetro do posto de pedágio. “Estamos calmos, retornar não dá mais”, disse o aposentado Osni Rosa, depois de um lanche com pão, linguiça e café fresco, ao lado da mulher Catarina, da filha Karoline e do cachorro da família. “Sou a favor do pedágio para a estrada ficar mais segura”, disse Osni.

Proibido de participar do movimento por decisão judicial com risco de ser preso, o prefeito de Palhoça, Ronério Heiderscheidt (PMDB), não apareceu. “Nem sabia que ele estava proibido de comparecer”, disse o policial rodoviário militar Marinho Filho, que fazia a segurança no evento, sem registros de confusão. A decisão judicial da comarca de Palhoça foi baseada em processo de autoria da empresa Auto Pista Litoral Sul, concessionária do pedágio.

Das 10h15min às 11h30 min, horário do fim da mobilização, nem todos estavam tranquilos como a família Rosa. “Esse pedágio é ruim porque agora tenho que dar uma volta grande para ir para o colégio”, disse Thiago Augusto Kammer, 14 anos, morador de Aririú da Formiga e estudante em Palhoça.

Reunião</b
O protesto realizado em Palhoça não será a única ação contra a cobrança do pedágio. Uma reunião marcada para esta quinta-feira, em Criciúma, na sede da Amrec, para discutir o assunto. O encontro foi proposto pelo prefeito de Palhoça, também presidente da Federação Catarinense dos Municípios (Fecam), e terá a participação da Associação Empresarial de Tubarão (Acit) e da Federação das Associações Empresariais de SC (Facisc). A principal reclamação do grupo, afirma o presidente da Acit, Eduardo Silvério Nunes, é o fato do pedágio ser cobrado para quem circula em direção ao sul do estado, onde a pista da rodovia não está duplicada.

* Do Jornal Notícias do Dia, especial para o Notisul.

Balança da BR-101 sul testa sistemas europeus de sensores para pesagem
Araranguá

A balança instalada no quilômetro 418 da BR-101, em Araranguá, será utilizada para testes de um equipamento semelhante aos utilizados na União Europeia. O Sistema Nacional de Pesagem desenvolve, desde 2007, um estudo em parceria com a Universidade Federal de Santa Catarina (Ufsc) para identificar qual a forma de pesagem por movimentos mais adequados à realidade brasileira.

Para isso, foram instalados sensores piezoelétricos de três grupos em uma pista de testes. Um deles é de piezoquartzo, suíço. O segundo conjunto é de sensores piezocerâmicos, franceses. O terceiro grupo, de fabricação americana, é composto por sensores do tipo piezopolímero.

Os sensores foram instalados próximo ao posto de pesagem e funcionam como uma balança seletiva, direcionando somente os veículos com peso excedente para a pesagem lenta. A escolha do local de testes deve-se à proximidade com o Posto de Pesagem em operação e às características da rodovia.

A pista experimental tem, ainda, câmeras para registro de placas, câmeras de segurança; sensores de temperatura de deformação que avaliam os danos que cargas excessivas causam ao pavimento e os sistemas de aquisição e armazenagem de dados. Além de agilidade, o novo sistema evita a retenção de veículos na pista.

Os três tipos de sensores tiveram resultados positivos nos testes. “Poderemos incluir no próximo edital de balanças pelo menos um lote com o uso do sistema de pesagem em movimento”, afirma Luiz Carlos Varejão, coordenador-geral de operações rodoviárias do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit).