Paralisação: Funcionários de hospital de Laguna entram em greve por tempo indeterminado

Laguna

Os funcionários do Hospital de Caridade Senhor Bom Jesus dos Passos entraram em greve por tempo indeterminado nesta quinta-feira. Somente casos de urgência e emergência são atendidos. O motivo são os atrasos nos salários e no décimo terceiro. A expectativa é que com a entrada de recursos, na próxima semana, os vencimentos de setembro sejam pagos na primeira semana do mês que vem.

Conforme a presidente do Sindicato da Saúde de Tubarão e Região (Sindisaúde), Denise de Matos Freitas, cerca de 90% do hospital estava paralisado  nesta quinta-feira. A paralisação foi aprovada pela categoria em assembleia.  “Os funcionários chegaram no limite, suportaram e ajudaram até onde puderam, e decidiram pela greve até o pagamento voltar”, observa.

Antes da deflagração da paralisação, houve um prazo de estado de greve que durou 72 horas. O tempo é previsto por lei e serve para que a unidade hospitalar possa se adequar à situação, uma vez que o quadro funcional passa a ser inerte.

De acordo com a diretora administrativa do hospital, Cheyenne de Andrade Leandro, foi assinado um convênio, nesta quinta-feira, de R$ 351 mil com o Estado, e que servirá para pagamento dos servidores. “Os funcionários falaram que se receberem o salário de setembro integral, eles retornam às atividades normais. O convênio foi assinado, estamos agilizando toda a parte burocrática para recebermos este recurso e posteriormente, na próxima semana, iremos pagar os funcionários. Esta verba vem específica para pagamento de folha. Fazendo isso, a esperança é que eles retornem para as atividades”, espera.

Recentemente, o médico Fernando Henrique Pache, presidente do hospital, expôs a público a situação financeira da entidade. Segundo o gestor, o déficit mensal da unidade passou de R$ 90 mil para R$ 285 mil ao mês, o que não tem sido coberto pelos recursos que entram no caixa.
Há um mês, o hospital da Cidade Juliana atende apenas urgências e emergências. A redução dos serviços provoca queda nos repasses mensais dos convênios SUS, feitos à unidade, que são pagos conforme houver produção.

A casa hospitalar aguarda outro recurso que pode oxigenar a unidade e possibilitar o retorno às funções normais gradativamente. Liberada no ano passado, uma emenda parlamentar do ex-deputado Jorge Boeira (PP) aguarda apenas trâmites burocráticos para ser depositada no cofre do hospital. A verba é destinada exclusivamente para a compra de insumos médicos.