Orçamento da União: Corte será de R$ 8,2 bilhões

Brasília (DF)

O governo fará um corte adicional de R$ 8,2 bilhões no orçamento deste ano para compensar o aumento no superávit primário e atender o aumento no benefício do Bolsa Família. Desse total, R$ 5,2 bilhões virão de despesas obrigatórias e mais R$ 3 bilhões de despesas discricionárias (não-obrigatórias) do poder executivo.

Os números foram anunciados, ontem, pelo ministro do planejamento, orçamento e gestão, Paulo Bernardo. O contingenciamento extra tem como objetivo destinar R$ 14,2 bilhões, equivalentes a 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB), para o Fundo Soberano, que será constituído inicialmente como uma poupança para combater a inflação.

Segundo Paulo Bernardo, o reajuste do benefício do Bolsa Família ficará entre 7% e 8%. O ministro do desenvolvimento social e combate à fome, Patrus Ananinas, anunciou ontem que o índice seria de 8%.
Além dos cortes, o fundo será viabilizado pelo aumento de receita no valor de R$ 6,6 bilhões. Desse total, R$ 5 bilhões virão de dividendos de estatais, R$ 1 bilhão, de compensações financeiras (na maior parte royalties da Petrobras reajustados por causa do aumento do preço do petróleo) e R$ 600 milhões de outras receitas.

Originalmente, o corte necessário no orçamento seria de R$ 7,6 bilhões, mas o valor teve que ser aumentado em R$ 600 milhões por causa do reajuste no Bolsa Família, que começa a valer em julho, e de outras despesas consideradas prioritárias pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como a aplicação de R$ 85 milhões na campanha de apoio à realização da Olimpíada de 2016 no Rio de Janeiro.