“O problema é operacional”

Hoje, cerca de 80 cães estão no CCZ, muitos deles filhotes abandonados no local
Hoje, cerca de 80 cães estão no CCZ, muitos deles filhotes abandonados no local

Priscila Loch
Tubarão

 
Alguns detalhes ainda pendentes para o funcionamento efetivo do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) de Tubarão tendem a ser resolvidos nos próximos dias. A participação da ONG Movimenta-Cão na administração do local, aprovada pela secretaria de saúde da prefeitura esta semana, deve contribuir muito no sentido de coordenar as ações e colocar ‘a casa em ordem’.
 
Rosinete Batist, voluntária que hoje já auxilia na limpeza e cuidados com os animais, foi designada à função, com horário de expediente das 10 às 14 horas. Uma reunião ainda será promovida para definir e delimitar a sua autonomia. 
 
Entre as medidas a serem priorizadas, estão esterilizar pelo menos os cães já abrigados no CCZ, acabar com o surto de cinomose instalado, registrar todos os bichinhos que entram, saem, nascem e morrem, e colocá-los para adoção o quanto antes. “O centro tem uma estrutura muito boa, o problema é operacional. Os animais estão dando cria lá dentro, isso não poderia ocorrer. Inaugurar assim não é aconselhável”, avalia o presidente da ONG, Francisco Beltrame.
 
O ideia inicial é estabelecer horários para que a população possa visitar e adotar os animais no próprio CCZ. “Todos estão aptos a adoção. Além disso, o lugar é muito legal, muito bonito, e pode ser utilizado para passeios, lazer”, acrescenta Chico.
 
Esterilização, tratamento de efluentes…
O projeto de lei que criou o Centro de Controle de Zoonoses prevê o tratamento de animais doentes, esterilização e disponibilização dos bichinhos para a adoção. Uma parceria foi firmada com o curso de medicina veterinária da Unisul, e os acadêmicos e professores oferecerão consultas para animais de famílias de baixa renda.
 
Os equipamentos para colocar em prática a esterilização já foram adquiridos, mas ainda falta montar, instalar. Outra pendência diz respeito ao tratamento dos efluentes, ainda não ideal para atender os animais e evitar problemas ao meio ambiente.
 
Hoje, aproximadamente 80 cães ‘moram’ no CCZ. O trabalho principal sempre será o de controle do número de animais, mas a educação da população também precisará ser focada. Isso porque muitos animais ainda são abandonados pelas ruas de Tubarão, inclusive no próprio centro, a maioria filhotes.
 
532 – animais já foram adotados pela população das 14 edições da feira organizada pela ONG Movimenta-Cão.
 
70 – sacas de ração são consumidas por mês, em média, pelos cães do CCZ, o equivalente a quase 1,8 mil quilos. 
 
14 – baias para caninos, um gatil com capacidade para 25 felinos, e um estábulo para bovinos e equinos integram a estrutura do CCZ, construído no bairro Monte Castelo.