O mundo tem o terreno fértil para a solidariedade

Cíntia Abreu
Tubarão

Em séculos passados, o mundo passou por diversas fases, até chegar ao sistema capitalista atual. Os avanços tecnológicos não param de revolucionar os diversos setores da indústria e da ciência. O mundo está cada vez mais digitalizado, gerando grandes oportunidades.

Todas estas colocações seriam positivas se o universo, ao mesmo tempo em que se moderniza, não caminhasse em sentido oposto às desigualdades sociais. Com este mesmo pensamento, o patrono da Cátedra Unisul participação e solidariedade, Osvaldo Della Giustina, diz que o processo de concentração de riquezas é o primeiro fator causador da falta de solidariedade entre as pessoas.

Na noite de quinta-feira, a Cátedra inaugurou o seu 1º Fórum Temático, com o tema Fundamentos para uma sociedade participativa e solidária. “O mundo está concentrado em poucas coisas. São poucos bancos que arrecadam bilhões. São poucas empresas que crescem. É preciso difundir a ideia de que o mundo precisa de limites”, enfatiza Della Giustina.

Para o filósofo social e educador, ajudará a converter esta situação a mudança de valores da massa. Em sua opinião, se não houver educação, o homem cometerá o seu próprio assassinato.

Segundo Della Giustina, o trabalho da instituição está apenas no começo e é dever da Unisul – com tantos meios de difundir estes ideais – colocar ao mundo a necessidade de mais solidariedade.

Eles não perdem a esperança e acreditam na mudança no presente
Qualquer ser humano que ainda tenha uma ponta de esperança nas mudanças universais sentiu-se contente em ouvir os presidentes, expositores e debateres dos seminários que ocorreram nesta sexta-feira no Espaço Integrado de Artes da Unisul. Cada participante, de atuações diferentes, tem muito a oferecer.

Na opinião do filósofo e teólogo Miguel Popoaski, o cultivo do humanismo cristão é uma das ações básicas a serem difundidas para que a solidariedade cresça entre o homem e a sociedade. “Queremos construir uma sociedade onde as pessoas tenham a oportunidade de viver e morrer motivadas”, avalia Popoaski. Ele acredita que o projeto da instalação do fórum traz uma nova linguagem, onde ciência e fé podem caminhar de mãos dadas.

O ex-reitor da Unisul e economista José Müller acredita que, a partir deste seminário, com a elaboração da carta por seus conselheiros, cabe à Unisul trabalhar como instituição educadora. “A região tem uma grande oferta de infraestrutura. Só nos falta beneficiar as pessoas locais. A união da experiência dos idosos, com a inquietude dos mais jovens, nos traria ótimos resultados solidários”, acredita Müller.

Para a médica pediatra e sanitarista Zilda Arns, a salvação da solidariedade inicia dentro do ventre materno. “Quem é amamentado tem muito mais capacidade em amar, e é isso que devemos plantar na sociedade. Estes são os fundamentos da transformação social”, relata Zilda, e afirma que cabe aos órgãos públicos oferecer cultura e lazer aos jovens, para que se tornem pessoas solidárias.

Zilda lembra o dia mundial contra a violência ao idoso, e diz que os agressores comentem a ação pela falta de oportunidades.