Nova rodada de negociação na próxima semana

Os estudantes do São Judas Tadeu voltam às classes após 30 dias de greve e abraçam a professora Nadir
Os estudantes do São Judas Tadeu voltam às classes após 30 dias de greve e abraçam a professora Nadir

 

Karen Novochadlo
Tubarão
 
As negociações entre o governo e o sindicato dos professores estaduais devem continuar. E não há sinal algum do fim da greve. O estado prometeu estudar na segunda-feira uma proposta para que inicie o pagamento da regência de classe ainda este ano, como pede a categoria. 
 
Depois de vários ensaios e reuniões realizadas durante a semana, o secretário-adjunto de educação, Eduardo Deschamps, apresentou uma proposta aos representantes do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Santa Catarina (Sinte). O governo estadual propôs manter o valor da regência de 25% e 40%, mas que fosse pago a partir do início do próximo ano. A categoria não aceitou. O argumento é de que ocorreria a perda de direitos. O estado também havia proposto a criação de um grupo de trabalho para estudar, em conjunto com os professores, a descompressão da tabela a partir de quarta-feira.
 
Enquanto Deschamps foi conversar com o governador Raimundo Colombo na sede administrativa, os 14 representantes do Sinte recusaram-se a deixar a sede da secretaria de educação do estado e a Polícia Militar foi acionada. Mas o retorno do adjunto e as promessas de nova rodada de negociação acalmaram os ânimos dos grevistas, que deixaram o local pacificamente. “Ao meu ver, avançamos muito pouco. O governo só mexeu na regência”, salienta a representante no estado da regional do sindicato em Tubarão, Tânia Fogaça.
 
A expectativa do governo é de que na segunda-feira saia o resultado do recurso que interpôs na justiça contra o pagamento dos descontos dos salários dos professores. 
 
 
Assembleia 
A assembleia regional que seria realizada em Tubarão nesta sexta-feira foi cancelado. O motivo é que não haveria conteúdo para ser apresentado aos professores estaduais. Uma nova reunião foi remarcada na segunda-feira. 
A greve dos professores estaduais completa 45 dias neste sábado.
 
 
Aulas recomeçam nas escolas municipais 
A pequena Isabelli Cristiane Eduardo, 5 anos, mal continha a emoção ao ver a professora Nadir Felisberto, 37 anos. “O que eu mais tinha era saudade”, responde a menina. E não é para menos, foram 21 dias sem aula. Os professores da rede municipal de Tubarão, que ficaram um mês em greve, voltaram ao trabalho nesta sexta-feira. 
 
E não há um minuto a perder para repor o conteúdo. “Não obtivemos tudo o que queríamos com a greve. Mas tivemos importantes conquistas”, ressalta Nadir. 
Outro pai que comemora a volta às aulas é o vendedor Adelino Corrêa, 41 anos. O filho Lucas não via a hora de rever os amiguinhos. “Nós até tínhamos quem cuidar dele neste período. O problema é que ele perdeu muitas aulas”, relata Adelino, preocupado. 
 
Na Escola São Judas Tadeu, nove turmas ficaram sem aulas durante a greve. E desde esta sexta-feira tudo transcorre normalmente.    
 
Na quinta-feira, a secretaria de educação da prefeitura e o Sindicato dos Trabalhadores na Área da Educação da Rede Municipal de Tubarão (Sintermut) reuniram-se para definir o novo calendário das aulas. No ensino fundamental, os estudantes terão aulas aos sábados, o recesso deste mês foi cancelado e o as aulas em dezembro foram estendidas. Os feriados que seriam emendados em setembro e novembro não serão mais. Na educação infantil, serão repostos oito dias de aula neste mês e em dezembro. Os outros 13 dias serão acordados com a direção dos centros de educação infantil.