No semáforo: Tubaronense vende balas para comprar casa

Tubarão

Felipe Rosa, de 20 anos, mora no bairro Passagem, em Tubarão, e há um ano decidiu vender balas no semáforo para conseguir adquirir uma casa para a mãe. Cada item é comercializado a R$ 1 e ele conta que o trabalho escolhido para alcançar o montante é o essencial.

A mãe de Felipe mora em uma casa alugada no bairro São Martinho, na Cidade Azul, e segundo ele, o seu maior sonho é poder colaborar com a genitora. “Comecei a trabalhar no semáforo do bairro Revoredo e foi dando certo. O local é bem movimentado, faço uma abordagem rápida e tento ser bem educado. Com o que consigo aqui acredito que chegarei ao meu objetivo. Mas para isso preciso trabalhar, e muito”, prevê.

Apesar de ser um trabalho informal, o jovem aperfeiçoou o seu serviço para passar mais credibilidade e vender cada vez mais doces. Ele explica que desenvolveu estratégias para ser mais eficiente e fez da venda das balas o seu negócio. “Higiene acima de tudo. Também tenho uma abordagem direta para não tomar muito tempo do cliente, e estou sempre pronto para atender”, relata.

O ‘ofício’ de Felipe também gerou aprendizados valiosos que ele revela que vai levar para toda a vida. “Neste local (semáforo), o que mais aprendi foi a ter humildade. O sinal me ensinou que não importa a forma como o trabalho vem, o que importa é atuar de forma digna, e assim tenho feito. Crescendo com o seu próprio esforço você se sente melhor, mais útil e muito produtivo”, destaca.

São muitas horas por dia dedicados ao trabalho de vendedor, ainda assim, muitas vezes as vendas são mínimas ou ninguém compra nada. Porém, ele diz que já tem clientes fixos e pessoas que ajudam, mesmo sem comprar as balas. “Há vários clientes que colaboram diariamente. Outros não compram, mas querem ajudar com alguma coisa”, finaliza.

Os motoristas que conhecem a história do jovem, elogiam a iniciativa. “Tudo é válido quando é em prol da educação, saúde e da família. Ajudo porque ele estão aí trabalhando, lutando. Todo mundo tem de colaborar mesmo”, incentiva o aposentado José da Silva.