Negociações hipotéticas

Secretário estadual de educação, Eduardo Deschamps, participará da audiência de hoje. Nova proposta é esperada para a próxima segunda-feira  -  Foto:Graciela Fell/Sinte-SC/Notisul
Secretário estadual de educação, Eduardo Deschamps, participará da audiência de hoje. Nova proposta é esperada para a próxima segunda-feira - Foto:Graciela Fell/Sinte-SC/Notisul

Zahyra Mattar
Tubarão

 
A semana de discussão entre representantes do Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sinte) e da coordenação executiva de negociações e relações funcionais do estado não terminou como o esperado.
 
Hoje é uma espécie de ‘Dia D’ para avançar na formulação de uma proposta. Algo que atenda as duas principais exigências da categoria – o pagamento do reajuste e a descompactação da tabela salarial – e seja aceitável do ponto de vista financeiro para o estado.
 
As negociações, até o momento, não passaram do campo hipotético. Foram revistas tabelas e planilhas financeiras, mas nada além disso. A frustração dos representantes do Sinte deverá ser respondida com mais uma greve, a partir da próxima terça-feira.
 
“Para ser sincera, não existe expectativa nenhuma. O governo ensaia de bom moço, mas já adiantou que amanhã (hoje), não apresentará nova proposta. Quem sabe na segunda-feira. Hipóteses há muitas. De concreto, nada ainda”, lamenta a diretora do Sinte, professora Claudete Mittmann.
 
Os educadores querem o reajuste de 22,22% no piso nacional da categoria. O estado diz que paga, mas não para todos e parcelado. Os professores recusaram esta proposta no dia 15 do mês passado.
 
Nesta mesma assembleia foi votado o movimento grevista. A maioria disse sim. Nas regionais do Sinte, a construção da paralisação é crescente e bastante concreta.
 
“Não existe qualquer maneira de frear o movimento, senão o pagamento do piso para todos os professores”, dispara Claudete. O estado, por outro lado, não se manifesta.
 
Proposta recusada
• No dia 14 do mês passado, o estado ofereceu o pagamento do reajuste de 22,22%, previsto na lei do piso nacional do magistério, mas apenas para os professores em início de carreira. 
• O retroativo a janeiro e fevereiro seria pago em duas parcelas (julho e setembro). Para os educadores com graduação e especialização, a intenção é dividir o pagamento do reajuste em três parcelas: uma este ano e as outras em 2013 e 2014.
• Em assembleia no dia seguinte, a proposta foi integralmente rejeitada por unanimidade. Nesta mesma ocasião, os professores votaram pela paralisação das atividades, a partir da próxima terça-feira.
• Os professores estão em estado de greve desde o fim do movimento deflagrado no ano passado, que durou 62 dias. Foi uma das maiores paralisações já feita em Santa Catarina nos últimos 20 anos.