Não perdoar e guardar rancor faz mal ao coração; risco de infarto aumenta

Há uma relação direta desse comportamento com o infarto agudo do miocárdio, a exemplo

O cuidado com a saúde deve ser uma prioridade na vida das pessoas. Mas em tempos agitados, repletos de estímulos e estresse, é bem possível que o indivíduo acabe com algum problema de saúde.

O aumento do número de infartos, a exemplo, preocupa médicos. Pesquisadores brasileiros, a exemplo, comprovam que maus sentimentos podem levar uma pessoa a adoecer.

Uma pesquisa brasileira apresentada na semana passada, no 40° Congresso da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp) revela que não perdoar e guardar rancor fazem muito mal à saúde do coração.

Há uma relação direta desse comportamento com o infarto agudo do miocárdio.

A psicanalista Suzana Avezum, que soma 36 anos de carreira, partiu para a pesquisa depois de detectar, na prática, benefícios do perdão para a saúde emocional. De 2016 a 2018, se debruçou no tema, em um mestrado na Universidade Santo Amaro, e focou no risco de desenvolver doenças cardiovasculares.

No estudo, 130 pacientes responderam a dois questionários elaborados pela psicanalista – um para avaliar a disposição para o perdão e outro sobre espiritualidade e religiosidade – algo que, segundo Suzana, interfere na disposição para perdoar. “Encontrei mais ocorrência de enfarte entre aqueles que têm dificuldade do perdão”, afirma a pesquisadora.

Já o professor da pós-graduação do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, Álvaro Avezum diz que o quadro de mágoa faz com que hormônios, como a adrenalina, sejam liberados de forma inadequada, afetando o organismo.

“O indivíduo que está magoado e ressentido pode disparar hormônios que vão, cronicamente, desequilibrar as células. Isso pode aumentar a pressão arterial, produzir arritmias cardíacas, trombose”, diz o cardiologista, fundador do Grupo de Estudos em Espiritualidade e Medicina Cardiovascular, da Sociedade Brasileira de Cardiologia.