‘Não há motivo de preocupação’, diz professor após repercussão de boto morto com mordidas de tubarão

#Pracegover Foto: na imagem há um boto, o mar e areia
#Pracegover Foto: na imagem há um boto, o mar e areia

A informação de que o boto morto, encontrado na faixa de areia do Mar Grosso na manhã de Natal, tinha marcas sugestivas de mordidas de tubarão causou frisson nas redes sociais. Para o professor Pedro Volkmer de Castilho, responsável pela coordenação do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS), apesar disso, não há motivo para pânico.

O animal morto era uma fêmea de 1,77 metro e ficou à deriva durante cerca de quatro dias até encalhar na areia. De acordo com Castilho, quando uma carcaça chega para análise na unidade do PMP, são feitas avaliações externas para analisar marcas e indícios que possam estar ligados à causa da morte.

“Tinha algumas marcas diferentes do padrão que estamos acostumados e que são sugestivas de mordidas de tubarão, características pelo formato das marcas que ficaram na carcaça. Quando analisamos, vimos que ela está em estado de decomposição avançado, sem pele, só na gordura. Também há marcas de deterioração celular (autólise)”, descreve.

O professor explica que casos como esse são comuns. Com a decomposição, partes e odores são liberados pela carcaça e isso acaba atraindo animais, como os tubarões. “A aparência das lesões são sugestivas de tubarões por isso. O bicho, provavelmente, morto, em decomposição, boiando, e o tubarão veio e deu uma mordida de baixo para cima e pegou um pedaço ou mais que um pedaço, e a carcaça seguiu derivando”.

Esse fato da deriva ajuda a afastar a possibilidade de o boto ser pertencente à região dos Molhes da Barra. Todavia, o PMP fez coletas de algumas partes para realização de análises genéticas para tentar determinar o local de onde o animal seria procedente.

“Não há motivo para preocupação com tubarões nas orlas da praias. É um caso específico e comum, que envolvem até baleias, que podem ser mordidas por tubarão quando estão derivando. Não há chance de associarmos ataques de tubarão. É um processo natural, biológico, de um animal que morreu e está sendo consumido por animais decompositores. Não temos de nos preocupar”, pontua.

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Fonte: Agora Laguna

Foto: Elvis Palma