MPF denuncia jornalista e mais seis na operação Spoofing

O Ministério Público Federal (MPF) denunciou nesta terça-feira o jornalista Glenn Greenwald e outros seis investigados na operação Spoofing, que apura a invasão de celulares de procuradores da Lava Jato e do então juiz Sergio Moro. A denúncia, assinada pelo procurador da República Wellington Divino de Oliveira, relata que a organização criminosa teria executado crimes cibernéticos em três frentes: fraudes bancárias, invasão de dispositivos informáticos e lavagem de dinheiro.

Conforme o MPF, Greenwald não era alvo da ofensiva, mas, durante a apreensão de um computador na casa de um dos suspeitos, Walter Delgatti, foi encontrado um áudio com diálogo envolvendo o jornalista. A conversa teria sido realizada depois da divulgação da invasão sofrida pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro. Na fala, ficaria evidente que as invasões e o monitoramento dos telefones continuam. O suspeito que fala com o Greewald teria solicitado a ele orientações para baixar o conteúdo em contas do Telegram.

Para o MPF, teria ficado comprovado que Greewald auxiliou, incentivou e orientou o grupo durante o período das invasões. “Diferentemente da tese apresentada pelo jornalista, Glenn Greenwald recebeu o material de origem ilícita enquanto a organização criminosa ainda praticava condutas semelhantes, buscando novos alvos, possuindo relação próxima e tentando subverter a noção de proteção ao ‘sigilo da fonte’ para, inclusive orientar que o grupo deveria se desfazer das mensagens que estavam armazenadas para evitar ligação dos autores com os conteúdos ‘hackeados’, demonstrando uma participação direta nas condutas criminosas”, afirma Oliveira na denúncia.