Moro discordou de investigações contra FHC, diz site

O trecho de uma conversa entre Sérgio Moro e o procurador Deltan Dallagnol, coordenador da Lava-Jato no Paraná, publicada pelo site The Intercept, revela que o ministro da Justiça discordou de investigações contra o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, na época em que era titular da 13ª Vara Federal de Curitiba.

O diálogo, de acordo com a reportagem, ocorreu em 13 de abril de 2017, mesmo dia em que o a imprensa relatou suspeitas de corrupção contra o tucano. No texto, escrito por meio do aplicativo Telegram, Moro afirma que as denúncias parecem “fracas” e diz que era necessário “melindrar alguém cujo apoio é importante”.

Dallagnol afirma que provavelmente o Ministério Público Federal em Brasília enviou as acusações para o Ministério Público em São Paulo, sem verificar se o suposto ato criminoso não estaria prescrito. Ainda na mensagem, o procurador afirma que o ato pode ter sido realizado para passar a sensação de “imparcialidade”.

Sérgio Moro deve ir ao Senado às 9h desta quarta-feira (19), para prestar esclarecimentos na Comissão de Constituição e Justiça da Casa. Ele vai ao local na condição de convidado. Procurado pela reportagem, o Ministério da Justiça informou que Sérgio Moro não reconhece a autenticidade das mensagens. Ele também negou interferência no caso envolvendo o ex-presidente.

 

Veja a íntegra da nota do Ministério:

“Sobre as supostas mensagens divulgadas, esclarecemos:

– O Ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, não reconhece a autenticidade de supostas mensagens obtidas por meios criminosos, que podem ter sido editadas e manipuladas, e que teriam sido transmitidas há dois ou três anos.

– Nunca houve interferência no suposto caso envolvendo o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que foi remetido diretamente pelo Supremo Tribunal Federa a outro Juízo, tendo este reconhecido a prescrição.

 

– A atuação do Ministro como juiz federal sempre se pautou pela aplicação correta da lei a casos de corrupção e lavagem de dinheiro.

 

– As conclusões da matéria veiculada pelo site Intercept sequer são autorizadas pelo próprio texto das supostas mensagens, sendo mero sensacionalismo.”