Moradora de Tubarão produz terços com pétalas de rosas usando técnica de monges europeus

#Pracegover Foto: na imagem há um terço de pétalas de rosas
#Pracegover Foto: na imagem há um terço de pétalas de rosas

Rezar o Terço diariamente é uma devoção muito querida do povo católico. Por muitas vezes escutamos os nossos familiares dizerem que iriam rezar o terço em suas casas, nas residências dos vizinhos e também na Igreja. Esse costume é antigo. Rezar o terço é falar diariamente com Maria, uma necessidade para o filho de Deus.

A prática desta oração é carregada por simbolismos. Em Tubarão, a artesã Vera Lúcia Cantelli Nunes, além de rezar todos os dias, também produz terços de rosas naturais, com cheiro de rosas e com amor transbordante em Maria. A produção é uma técnica criada por monges europeus. As contas são feitas com pétalas de rosas que muitas vezes seriam descartadas.

Vera conta que no momento que fazia as suas orações foi tocada e pensou que poderia colaborar com a Nossa Senhora com um terço de pétalas de rosas, porém ainda não sabia de que forma confeccionar o produto. “Conhecemos os terços de rosas de plástico e queria produzir um com pétalas. Rosário vem de rosas. Terminei de rezar o terço e fui procurar na internet se havia um curso que ministrava aulas de como fazer um terço de rosas. Encontrei em São Paulo. As inscrições iniciariam em novembro e tive o chamado em outubro, após a festa da Santa Teresinha do Menino Jesus, padroeira da paróquia do bairro Passagem, em Tubarão”, explica.

Segundo ela o curso é uma religação com Deus. “Isso vai mexendo conosco. As pétalas de rosa anteriormente iriam para o lixo ou cairiam na grama e seriam absorvidas pela terra. O produto está conectado com o sagrado”, enfatiza.

A artesã tubaronense expõe que quando começou a fazer os terços passou a pedir as rosas na paróquia Santa Teresinha. A solicitação foi prontamente aceita pelo padre Edison Müller. “Faço o recolhimento das rosas nas quintas-feiras. Oro a Deus e agradeço pelo recebimento, porque antes as pétalas iriam para o lixo e agora se tornarão algo sagrado para mim, para aquele que for receber de presente ou para o que for comprar. Após o recolhimento, chego em casa e pingo algumas gotas de água benta. Durante todo o processo de confecção estou rezando”, detalha.

Além do recolhimento das rosas em igrejas da Cidade Azul, Vera recebe por meio de doações as flores de alguns moradores e também de floriculturas. Desde novembro muitas pessoas se solidarizaram e esvaziaram os seus jardins para colaborar com a artesã tubaronense. “Sinto que tenho uma missão. Não é só fazer o terço e querer vender, porém é necessário comercializar. Além das pétalas há insumos que devemos comprar, mas a parte espiritual é muito maior. Quando estamos com este terço na mão estamos abençoados. A virgem Maria em Fátima, disse que devemos rezar o terço para recebermos bênçãos. É uma arma espiritual. Rezar não exige sacrifício. Quanto mais fizemos isso para os outros e para nós somos abençoados. Se não há ninguém para quem rezar, a pessoa deve orar para a virgem Maria, que saberá quem precisa das suas orações. Quando faço os terços é uma alegria porque estou sempre rezando. Para quem leva peço para não guardar, mas sim rezar todos os dias”, pontua.

Ela conta que um terço deverá ser confeccionado em breve e rifado, para colaborar com a construção do santuário de Santa Teresinha. “Cada ave Maria que rezamos é uma rosa que entregamos a virgem Maria. Quando comecei o curso era um pouco diferente do que sou agora. A pessoa muda e para melhor. Os valores de investimento não se comparam com as bênçãos que recebo todos os dias”, finaliza.

Para adquirir um terço ou uma dezena basta entrar em contato com a Vera por meio do telefone (48) 48 99668-2257.

Curso é ministrado online

Rose Benvenutto é a professora do curso online. Ela morou por muitos anos na Itália e aprendeu o ofício na cidade natal de padre Pio di Pietrelcina. A mulher conta que estava no hospital Casa Sollievo dalla Sofferenza (Casa Alívio do Sofrimento), em San Giovanni Rotondo, na Província de Foggia e uma das irmãs do local foi presenteá-la com um terço de pérola. “Acompanhei a irmã até o seu quarto. Lá pude ver um ‘tercinho’ de rosas que estava na cama. Ela estava montando. Perguntei o que era e a explicação é que seria um terço original de rosas. Questionei como fazia e o segredo foi revelado. Pensei que comercialmente era inviável porque é necessário muitas rosas, paciência e mão de obra. Aprendi, mas inicialmente não confeccionei”, conta.

Para a produção são necessárias entre 20 a 23 rosas para fazer um terço. Além disso, há um custo elevado para a produção, um tempo de cura e secagem. “Em uma noite acordei às 3h e senti uma forte voz que vinha na minha mente e dizia vai rezar. Assim fiz e essa voz também afirmava que deveria ensinar as pessoas a fazer o terço de rosas, o 100% original. Entrei em choque. Não sabia se estava dormindo ou acordada. Levantei e fui no quarto do meu filho e contei a história para ele. Meu filho começou a chorar. Perguntei o motivo e ele respondeu que estava rezando bastante para passar no vestibular e quanto mais rezava parecia que caia rosas em cima dele. Comecei a chorar também, porque meu filho recebeu a confirmação antes de eu receber a missão. Passei a desenvolver um curso de como transformar as pétalas de rosa em bolinhas de terço”, destaca.

No curso ministrado pela docente em São Paulo, há alunas de todo o Brasil. “Tenho que ensinar a transformar a pétala de rosa em terço, porém é necessário que haja uma transformação interior e um religar a Deus por meio da oração. Há várias tarefas que servem para despertá-lo para elas olharem para dentro de si e enxergar as rosas. Muitas vezes só vimos nossos defeitos e esquecemos da pessoa linda que somos. O rosário nada mais é que uma plantação de rosas. Existem muitos relatos que quando você recebe uma graça há um cheiro de rosas perto de você. O padre Pio exalava rosas, Santa Teresinha prometeu uma chuva de rosas. A rosa está muito próxima da nossa senhora e é uma benção”, enfatiza.

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