‘Morador do museu’: Lugar amanhece limpo

Zahyra Mattar
Tubarão

Ontem, o Notisul recebeu uma grande quantidade de telefonemas e e-mails para elogiar o posicionamento do jornal no caso do ‘morador do museu’. As mesmas congratulações foram direcionadas ao vice-prefeito de Tubarão, Felippe Luiz Collaço (PP), o Pepê.

Preocupado com as péssimas condições em que vive o andarilho no centro de Tubarão, Pepê resolveu tomar a frente da situação e começou a articular uma equipe para atender o homem. Como isso, depende da secretaria de assistência social. A solução é complicada e, ao que parece, demorada.

O homem reside há 16 dias em um dos vãos do Centro Municipal de Cultura. Chegou a construir uma casa de papelão. Ontem pela manhã, ele dormia com um único cobertor com metade do corpo exposto no frio de 5° C. Depois que ele saiu para andar pela cidade, o lugar foi limpo.

Ontem, a secretária Vera Stüpp disse em uma emissora de rádio que já tentou abordar o rapaz, mas ele é agressivo, usa álcool e drogas. Isso todos sabem. Assim como se observa, sempre, a dificuldade em ajudar tanto a ele como outros andarilhos. Nem por isso pode-se virar as costas. Se houve ação, há solução.

O caso Jairo
O caso do andarilho Jairo Oliveira Silva, que surgiu em Tubarão em abril de 2006, na época com 34 anos, é a maior prova de que é possível ajudar a população de rua. Jairo andava pelas ruas totalmente desorientado, sujo de graxa e alcoolizado. Assim como no caso do ‘morador do museu’, Jairo também ostilizava as pessoas, não aceitou ajuda, a princípio. Mesmo assim, a assistente social Telma de Carvalho, hoje infelizmente lotada em outra secretaria (de saúde), não desistiu de ajudá-lo.

O Notisul também fez a sua parte. Foram várias matérias, pedidos de ajuda para Jairo ser recolhido pela Polícia Militar, acompanhado junto ao Desafio Jovem. O trabalho não foi fácil, mas foi possível. Uma autorização judicial foi pedida. O mesmo deveria ser feito agora.
A desculpa de que o ‘morador do museu’ é agressivo, usa álcool e drogas não deve servir como um empecilho para ajudá-lo. Se o caso de Jairo foi solucionado, o deste homem também pode e deve ser. E com urgência.