Menino de 3 anos quase morre depois de engasgar com pipoca

Uma noite de sábado comum em uma casa com três crianças: um filme na televisão e uma tigela de pipoca para acompanhar. Era este o cenário na casa da norte-americana Nicole Goddard. Ela, o marido e os filhos estavam concentrados na televisão quando o caçula, Nash, 3 anos, pegou mais um pouco de pipoca e colocou na boca. Ele engasgou, tossiu e, em seguida, parou, voltando a prestar atenção no filme, com os irmãos e os pais. “Não vimos nada saindo [depois que ele engasgou], então, achamos que ele tinha engolido. Ele parecia totalmente bem e continuou assistindo ao filme. A única coisa que observamos foi uma tosse que ele começou a apresentar depois disso”, conta a mãe, em relato postado em seu perfil no Facebook. 

No dia seguinte, segundo Nicole, Nash continuava bem, mas a tosse tinha piorado um pouco, o que a deixou preocupada, mas ela nem associou o problema à pipoca e simplesmente achou que ele estava pegando um resfriado, que já tinha atingido os irmãos. Foi somente na segunda-feira à noite, que a mãe começou a sentir a temperatura do menino um pouco elevada. “Dei um antitérmico e o levei para dormir”, lembra. “Foi uma noite longa com ele. Achei que ele estava fazendo um esforço para respirar e não estava bem. Então, liguei para o pediatra e disse que ele precisava ver meu filho o quanto antes”, conta a mãe. 

Nicole, então, levou Nash para ver o médico, que pediu um raio-x. O pediatra disse que não gostou do que viu e pediu uma broncoscopia com uma cirurgia, para poder ver o que estava obstruindo as vias aéreas e retirar. O procedimento foi agendado para as 18h do mesmo dia. “Ele tinha aspirado pipoca para os pulmões quando engasgou. O corpo reconheceu o material como um objeto estranho e criou pus em torno dele. Toda a inflamação causou o desenvolvimento de uma pneumonia em seu pulmão esquerdo. Durante a cirurgia, o médico tirou seis pedaços. Estava tão inflamado, que o médico não estava 100% certo de que havia tirado tudo e agendou outra cirurgia igual para dali a dois dias”, relata a americana.

Em meio ao turbilhão de emoções em que a família se encontrava, Nash passou pela nova cirurgia e, depois disso, o médico disse que tinha acabado e que havia conseguido retirar o último pedaço do pulmão do menino. Ele se recuperou bem e foi liberado do hospital. 

“Se eu não tivesse confiado no meu instinto e trazido Nash para o hospital, o final da história poderia não ter sido bom. Estamos muito gratos porque o nosso rapazinho saiu bem de tudo isso. Tudo por causa de pipoca, que comemos sempre em casa. Levei um sermão, é claro, e o médico me disse que pipoca não deveria ser oferecida a ninguém com menos de 5 anos. Odeio usar a desculpa de que é nosso terceiro filho, então, eu não prestei tanta atenção às regras como fiz com o primeiro”, disse Nicole, em seu post.

A mãe pediu ainda que outras pessoas não a julgassem no post e explicou que escreveu como uma forma de alerta para as famílias verem que algo que você acha que é ok pode rapidamente se transformar em algo ruim. “Sempre confie nos seus instintos, porque eles estão certos!”, completou.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), a pipoca é um dos alimentos mais perigosos para crianças, ao lado de amendoins e balas. De acordo com o órgão, em um mundo ideal, ela só deve ser consumida a partir de 4 anos. Ensine seu filho a comer devagar, em pequenas porções, e a mastigar bem cada bocado.

Há duas explicações para as crianças menores serem a principal preocupação quando o assunto é engasgar: primeiro, elas não possuem controle total da mastigação e deglutição de alimentos; além disso, nessa faixa etária, uma das maneiras de a criança explorar o mundo é colocar os objetos na boca para sentir seu gosto e textura.

Conheça os procedimentos de emergência e tenha o número dos bombeiros na geladeira

A primeira atitude é verificar se a criança está respirando. Se sim, você deve incentivar a tosse. Nada de mandar levantar os braços ou bater nas costas, pois o objeto que está bloqueando parcialmente as vias aéreas pode deslocar-se para bloqueá-la totalmente. Coloque a criança no carro e leve imediatamente ao pronto socorro ou chame o atendimento de urgência.

Se a criança dá sinal de obstrução severa, respira com muita dificuldade, começa a ficar vermelha e não emite sons, você deve começar as manobras de emergência. Para as menores de 1 ano, coloque-as sobre suas pernas de barriga para baixo e com a cabeça levemente inclinada para baixo. Dê cinco tapas nas costas, entre as escápulas. Depois vire-a de frente e repita as compressões no meio do tórax na altura dos mamilos. Os golpes devem ser vigorosos. Enquanto isso, chame a ambulância.

Se a criança tem mais de 1 ano, o indicado é a manobra de Heimlich. Abrace a criança por trás e coloque suas mãos na boca do estômago, que fica logo abaixo do peitoral entre as costelas, fazendo um movimento circular para cima. Isso pode ajudar a expelir o objeto.

Caso a criança, tanto as mais novas quanto as mais velhas, fiquem inconscientes, os responsáveis devem realizar massagem cardíaca. Coloque a criança deitada e faça duas respirações boca a boca. Abra a boca e veja se o objeto foi expelido. Se não, faça trinta compressões no tórax e abra a boca novamente. Se o objeto tiver sido expelido, retire-o cuidadosamente com os dedos em forma de pinça e faça mais duas ventilações boca a boca. Repita o procedimento até o socorro chegar.