Meio Ambiente: Moções de repúdio contra a instalação da Fosfateira será entregue na Alesc

São Martinho

Os vereadores de São Martinho, liderados por Anelise Wiemes (PR) apresentaram e aprovaram recentemente na Câmara, uma Moção de Repúdio contra a instalação da Indústria de Fosfatados Catarinense (IFC). Conforme, a parlamentar a Casa Legislativa é também, o local ideal para debater o assunto.

Ela conta, que tem procurado e explanado o assunto com vereadores de diversos municípios “O legislativo pode abranger o maior número de pessoas e conscientizá-las. Sabemos que muitas pessoas não tem noção do que é a fosfateira. Temos que deixá-las informadas dos riscos, que a sua instalação pode causar, não apenas para Anitápolis, mas para a região da Amurel e outros municípios. Hoje temos algumas cidades que têm moções aprovadas, porém, há outros municípios que ainda estão com esta ação em andamento”, conta.

De acordo com Anelise, as moções deverão ser encaminhadas a frente parlamentar, que trata sobre a fosfateira na Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc), em Florianópolis. “Se não ocorrer a audiência pública que trata sobre o assunto, vamos em comitiva à capital do Estado para oficializar essa entrega. Não queremos apenas discussão deste tema, mas que a instalação não ocorra”, expõe.

O advogado da ONG Montanha Viva, Eduardo Bastos, contrário a instalação da mineradora, relata que reserva de fosfato de Anitápolis desperta interesse de empresas desde 1976. “ Este debate não deve ficar apenas na Amurel, mas para à Casa Legislativa de  Anitápolis e Rancho Queimado, por exemplo, que a partir disso, termos mais pessoas cientificadas no que pode ocorrer”, observa.

Para a implantação do empreendimento em Anitápolis, que poderá ser explorado por 30 anos, será necessário desmatar cerca de 300 hectares de Mata Atlântica onde serão construídas duas barragens no Rio Pinheiros para a bacia de rejeitos, com cerca de 90 metros de altura cada; deve ser erguida uma linha de transmissão de energia elétrica com 46 quilômetros de extensão, o qual o trajeto interferirá em 100 hectares de mata nativa e área agrícola; será necessária uma grande demanda de recursos hídricos (consumo previsto de 885,6m3/h), o que afetará a disponibilidade de água na região; sem mencionar que o tráfego de substâncias perigosas, como o enxofre, será diário entre o Porto de Imbituba e Anitápolis.

Para a implantação da Indústria de Fosfatados Catarinense (IFC), a mata nativa daria lugar a uma mina a céu aberto, muitas espécies seriam expulsas de seu habitat e o empreendimento seria edificado na área da bacia hidrográfica do rio dos Pinheiros. O rio faz parte da bacia hidrográfica do rio Braço do Norte, formada por 19 rios nas cidades de Anitápolis, Santa Rosa de Lima, Rio Fortuna, Grão Pará, Braço do Norte e São Ludgero.