Meio ambiente: Maior problema da Amurel é a água

Amanda Menger
Tubarão

Das 17 cidades que compõem a Amurel, 12 têm problemas relacionados à poluição da água. Não bastasse a contaminação, em dez municípios há assoreamento de rios e lagoas. Os dados – nem um pouco positivos – fazem parte do perfil dos municípios do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O terceiro maior problema é o desmatamento, verificado em nove cidades. Em quarto lugar vem a escassez de água, observada em oito localidades.

Para o presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Tubarão, Dionísio Bressan Lemos, os dados do IBGE são compatíveis aos estudos realizados pelo grupo. “As questões que envolvem a água estão interligadas, mas este levantamento do IBGE não define as causas dos problemas”, afirma. Entre os principais fatores estão: a falta de saneamento básico (efluentes domésticos e industriais), suinocultura, mineração de carvão, rizicultura e resíduos sólidos (lixo).

O gerente interino da Fatma em Tubarão, Alexandre Guimarães, diz que a situação já foi pior. “Não é a ideal, porém é melhor do que há alguns anos. A fiscalização está mais rigorosa e as pessoas estão um pouco mais conscientes de que são responsáveis pelo meio ambiente”, avalia Alexandre.

Área degradada é recuperada em Capivari
Um dos principais problemas ambientais da Amurel é a poluição da água e do solo, causados pela extração e beneficiamento do carvão. O resultado de décadas de trabalho sem o menor cuidado ambiental resultam em uma ‘herança’ que poderia ser maldita, mas que aos poucos é revitalizada.

Desde 2000, as empresas Rio Deserto e Carbonífera Metropolitana começaram a recuperar cinco bacias de sedimentação do extinto Lavador de Capivari de Baixo. “Os resíduos são extraídos e transportados para o pátio, onde secam ao sol. Em seguida, vão para a unidade de processamento. Lá, o carvão é aglomerado”, explica o engenheiro ambiental Jonathann Nogueira Hoffmann.

Depois de processado, o carvão pode ser utilizado pela Tractebel para a geração de energia elétrica. “Este carvão recuperado não tem muita diferença em termos de potencial energético do mineral, digamos, ‘bruto’”, observa o administrador da área de recuperação e representante da Carbonífera Metropolitana, Antônio Ricardo Venturini.

A cada quatro meses é feito um relatório sobre as condições das águas superficiais, subterrâneas, solo e vegetação. Das cinco bacias, três foram recuperadas. “Após a retirada do material, a área passa pelo processo de reabilitação, com preenchimento das cavas com cinzas de carvão mineral, recobertas com argila e solo orgânico, possibilitando a semeadura da vegetação. A água da bacia reabilitada é direcionada para o Rio Capivari”, adianta o engenheiro ambiental.

Com as etapas de recuperação finalizadas, a área fica em observação por cinco anos e poderá ser destinada a outro empreendimento. Pelo zoneamento de Capivari, o local é destinado a indústrias.