Manoel Miranda: Um verdadeiro tubaronense

Zahyra Mattar
Tubarão

Ontem Tubarão, perdeu um filho ilustre. O médico Manoel Miranda não nasceu em Santa Catarina. Era mineiro, de Guaxupé, veio ao mundo em janeiro de 1924. Mas tinha o estado e Tubarão no coração. Foi na Cidade Azul que casou, constituiu família e exerceu a medicina por mais de 40 anos. Dizia que o verde daqui era o verde mais lindo que podia existir.

Ontem pela manhã, Miranda deixou esta vida, aos 85 anos, possivelmente por falência múltipla dos órgãos. Ele estava internado no Hospital Nossa Senhora da Conceição (HNSC) há algum tempo. Doutor Miranda era especialista em oftalmo-otorrino-laringologia, área na qual ele foi pioneiro no sul de Santa Catarina. Até a sua chegada, não havia médico que tratava qualquer enfermidade neste sentido.
O médico foi companheiro ativo do Rotary Clube Tubarão Centro. A sua postura reta e ética lhe rendeu ainda o título de governador do distrito, em 1989. Nunca antes alguém do sul catarinense havia alcançado a honraria. Tinha Jaguaruna como a sua segunda casa. Foram 50 verões no balneário.

Miranda teve cinco filhos (Janine, Geraldo, Luciana, Manoel e a médica oftalmologista Gisele Miranda Mendes) com a eterna namorada, a esposa Ruth Faraco, com quem casou em março de 1954. Os dois completaram 55 anos de matrimônio no ano passado. Além do orgulho dos filhos, o médico não media elogios aos 11 netos.
Apaixonado pela vida, Miranda cultivava um hobby bastante diferente de sua profissão: ele tecia tapetes. Este passatempo lhe rendeu uma exposição organizada por membros do Rotary Clube Centro.

O tubaronense de coração deixa um legado inestimável à sociedade. Era um homem reto, honesto e de um humanismo invejável. “Papai era íntegro, educado. Um coração humilde e generoso. Um homem tolerante e justo com o próximo. Não há palavras que cheguem para descrevê-lo”, lembra a filha Janine Miranda.
O velório ocorre na capela da funerária Santa Terezinha, em Tubarão. Ontem, vários empresários, colegas de trabalho e profissão e pacientes estiveram no local para dar adeus ao médico. Às 9 horas de hoje, será celebrada uma missa na Cripta da Catedral Diocesana. Logo em seguida, será feito o sepultamento do corpo no cemitério Horto dos Ipês, no bairro Monte Castelo.