Mais de 500 pingüins jazem em Jaguaruna

Zahyra Mattar
Jaguaruna

O casal Cida e Volnei Siqueira, o Volnei da praia, que é bombeiro voluntário em Jaguaruna, estavam no balneário Camacho e resolveram voltar para casa, na praia do Arroio Corrente, em Jaguaruna. No trajeto de 18 quilômetros, ficaram surpresos com a quantidade de pingüins que encontraram. “Minha esposa ficou tão impressionada que resolveu contar. Foram 198 bichinhos. Quase 19 por quilômetros”, testemunha Volnei.

O grande “porém” é que todos os animais estavam mortos. E provavelmente há mais de um dia. “Em 30 anos, de Jaguaruna nunca vi nada igual. É comum aparecer pingüins, mas não nesta quantidade, e ainda mais mortos”, confere.

Volnei acredita que os bichos tenham se perdido no trajeto entre a Patagônia, de onde migram no inverno, para a África do Sul. O mar agitado e a poluição da água podem ter contribuído para a morte em massa. Outro morador do Arroio Corrente, Thiago Nunes, o Jacaré, também confirma o aparecimento dos pingüins. “É muito bicho. Com certeza, são mais de 300”, garante.

Ele também acredita que a agitação do mar pode ter contribuído para a morte dos animais, mas pontua ainda que muitos podem ter ficado presos nas redes. “Muitos também chegam muito fracos e não conseguem mais voltar para o mar. Acabam morrendo na praia”, teoriza.

O Notisul entrou em contato com a Apa da Baleia Franca, em Imbituba, para saber mais sobre o fenômeno. Mas pouco se sabe ainda. Cerca de 20 pingüins foram recolhidos e levados para estudo na Unesc, em Criciúma. Um laudo deverá ser emitido em breve a fim de explicar o que levou à morte dos animais.