Maio Roxo: Mês conscientiza sobre doenças inflamatórias intestinais

Tubarão

Apesar de não ter causa comprovada, estima-se que as doenças inflamatórias intestinais (DII) estejam relacionadas aos chamados hábitos de vida ocidentais, como alto consumo de comidas gordurosas e produtos industrializados, além de fatores hereditários e imunológicos. No Brasil, as DII atingem 13,25 em cada 100 mil habitantes, destes 53,83% de doença de Crohn e 46,16% de retocolite ulcerativa, segundo dados apresentados no I Congresso Brasileiro de Doenças Inflamatórias no Brasil (GEDIIB).

Para conscientizar sobre o problema, a Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP) realiza a campanha Maio Roxo. As DII atingem ambos os sexos, principalmente os jovens (entre 20 e 40 anos), podendo acarretar prejuízos no dia a dia do paciente. “Apesar de ainda não haver uma cura, o diagnóstico precoce e o tratamento adequado podem permitir o controle e uma melhor qualidade de vida”, afirma o presidente da SBCP, doutor Henrique Fillmann.

Entre os sintomas são comuns diarreia (com pus, muco ou sangue), cólicas, gases, fraqueza, perda de apetite e febre. Podem ocorrer ainda problemas oculares, articulares, cutâneos e no fígado.

Incidência

Em países desenvolvidos a incidência de DII está estabilizada, porém a sua prevalência continua aumentando. “Já em países em desenvolvimento, como o Brasil, devido ao processo de ocidentalização e industrialização, estamos vivendo o que os países desenvolvidos viveram na década de 50, ou seja, um aumento da incidência de DII”, afirma a membro titular da SBCP, doutora. Gilmara Pandolfo.

Doença de Crohn

A doença de Crohn é uma inflamação crônica que pode se manifestar em qualquer parte do tubo digestivo (da boca ao ânus), mais comum no final do intestino delgado e do grosso. O tabagismo e o histórico familiar estão entre os fatores de risco da doença.

O diagnóstico é feito por meio da colonoscopia com biópsia. Outros exames como radiografia do abdome, tomografia computadorizada, ressonância magnética e exames laboratoriais auxiliam da identificação.

Em alguns casos pode ser necessário realizar cirurgias para retirada de segmentos do intestino em razão de oclusão, sangramento ou perfuração e tratamento de lesões anais. Também pode ser recomendada a confecção de estomas (bolsas coletoras de fezes acopladas na pele do abdome).