Mãe de Vitória alertou a filha antes de desaparecimento

A mãe da menina Vitória Gabrielly, de 12 anos, que desapareceu no último dia 8 depois de sair para andar de patins perto de casa, em Araçariguama (SP), disse em entrevista a TV Globo que alertou a filha sobre uma possível tragédia.

“Filha, cuidado na hora se te abordarem, se te chamarem na porta de um carro, você não vai. Se tentarem te pegar, você corre, você grita. Mas se ainda te pegarem, filha, você clama a Deus, que Deus vai cuidar de você”, falou Rosana Guimarães à filha. A conversa com a mãe de Vitória foi gravada pela emissora na sexta-feira (15/6), um dia antes do corpo da menina ser encontrado.

“Você vai em um lugar público, tenta ligar pra mamãe, nem que seja a cobrar. Você pede ajuda de policiais, falei tudo isso pra ela. Sem nem saber o que estava pra acontecer”, continuou.

“Eu senti. Deus me usou e falou pra ela, entendeu?”, explicou. Rosana relatou que passou as orientações para a menina em um domingo, depois que saíram da igreja.

Enterro

Cerca de duas mil pessoas acompanharam, no domingo (17/6), o sepultamento do corpo de Vitória Gabrielly Guimarães Vaz, de 12 anos, no cemitério municipal de Araçariguama, interior de São Paulo. O corpo da menina foi encontrado no sábado (16), à margem de uma estrada rural, após ficar oito dias desaparecida. Ela saiu de casa, no último dia 8, para andar de patins, e não voltou mais.

A polícia acredita que a menina foi sequestrada e assassinada, mas ainda investiga as circunstâncias e motivações do crime. Com base em vários depoimentos, a corporação acredita que Vitória foi morta por engano.

Ela teria sido confundida com alguém da família de um usuário de drogas que devia dinheiro a traficantes. A garota foi sequestrada e levada de carro para o local onde acabou morta. Também há dúvida se Vitória foi assassinada no local ou se o corpo foi apenas deixado ali. Um morador de Mairinque está preso temporariamente, suspeito de participação no crime.

Velório

O corpo de Vitória foi velado durante a noite, após passar por perícia no Instituto Médico Legal (IML) de Sorocaba. Um clima de comoção marcou o velório e o sepultamento. A mãe da menina, Rosana Guimarães, passou mal e não acompanhou o enterro. O pai, Beto Vaz, caminhou segurando a parte da frente do caixão. Devido ao grande número de pessoas, uma ala do cemitério precisou ser isolada. Alunos da escola onde a menina estudava prestaram uma homenagem à Vitória.

Depois de oito dias de buscas que envolveram as polícias civil, militar, Corpo de Bombeiros e voluntários, o corpo de Vitória foi achado por um catador de latinhas, na Estrada de Aparecidinha, no bairro Caxambu, a sete quilômetros do local onde a menina foi vista pela última vez. O cachorro que acompanhava o homem foi atraído para o interior da mata. Ele localizou o corpo e a Polícia Militar foi avisada.

Os patins que a menina usava quando desapareceu estavam ao lado do corpo. Ela estava vestida com as mesmas roupas — shorts jeans e camiseta preta — do dia em que desapareceu. Um laudo prévio já foi repassado à Polícia Civil, mas nada foi divulgado em razão do sigilo decretado nas investigações.