No dia 4 de outubro será realizado o lançamento oficial do livro “O pequeno grande Caio”, uma obra escrita por Clésia da Silva Mendes Zapelini. A obra autobiográfica é uma homenagem ao filho Caio, que faleceu aos 10 anos e lutava contra uma doença degenerativa desde seu primeiro ano de idade.

Clésia tem 45 anos e é coordenadora pedagógica no Colégio Dehon, tendo formação em Pedagogia, Letra, e mestrado e doutorado em Ciências da Linguagem. Além disso, ela também atua como palestrante, principalmente quando se trata de comunicação assertiva e interação.

O lançamento do livro se dá logo na data de aniversário dela, 4 de outubro, quando fará 46 anos, e do próprio Caio, que faria 17 anos se estivesse vivo. Em entrevista ao Notisul, a escolha da data para a realização do evento é como se fosse a celebração da vida de seu filho falecido.

“Eu percebo pelo próprio título do livro. É pequeno por falecer tão jovem, mas tão grande pela sua história. Ele foi um menino de muita coragem. Quando ele estava com um ano, que a doença começou, ele chorava muito, como se parecesse que ele não aceitava isso. Eu vejo toda essa garra dele, ele nunca desistiu e nunca reclamou. Por toda essa história de valentia dele, de garra e coragem, foi transmitida para nós. Dia 4 não é uma celebração de morte, mas uma celebração de vida”, comenta Clésia.

Caio foi estudante no Dehon e fez diversos amigos com o passar do tempo, sendo sempre auxiliado no colégio. Em contrapartida, Clésia exercia sua função de coordenadora pedagógica dos anos iniciais e Ensino Fundamental I, e sempre estava por perto para ajudá-lo.

Mesmo com todas as adversidades da vida, e com os médicos dizendo que Caio tinha uma expectativa de viver apenas quatro anos, Clésia e seu marido, Clávison, não perderam a esperança em nenhum momento. Eles acharam no esporte uma forma de manter seu falecido filho em constante movimento.

“O Caio perdeu os movimentos e a fala, e o Clávison percebeu que a corrida seria bacana. As pessoas aplaudindo, toda a vibração e energia positiva delas, e a gente sempre procurava corridas mais curtas, por conta de que precisávamos aspirar ele por causa da secreção”, comenta Clésia, que relembra da última corrida com Caio. “Então, eu lembro da última corrida, e que chegamos a fazer com Diogo, um deficiente visual de Tubarão. Fizemos uma meia maratona, e eu corri junto do Diogo e o Caio com o Clávison. Nós formávamos a dupla da deficiência, pois estávamos correndo com pessoas deficientes. Por isso, a corrida chegou justamente como uma forma de lazer para o Caio e para nós, porque seria algo que unia nós três.”

Caio acabou falecendo em 2017, mas é sempre lembrado com carinho pelos amigos que estudaram com ele e professores que acompanharam seu crescimento. Posteriormente ao falecimento do menino, Clésia e Clávison adotaram dois filhos, Gabriel e Samuel. No evento de lançamento, diversos amigos, professores e até mesmo alguns pais que Clésia e Clávison fizeram amizade, pois seus filhos possuíam a mesma doença de Caio, estarão presentes.

“Eu sei que por onde ele passou, quem teve o contato, mudou alguma coisa em sua vida. Eu acho que ele ajudou muitas vidas, não é?!”, diz a autora e mãe de Caio. “É dar valor as pequenas coisas, como a respiração, pois ele tinha essa dificuldade. Às vezes, a gente valoriza mais os bens materiais, e deixamos de valorizar aquilo que é o essencial, o viver.”

A data de lançamento do livro “O pequeno grande Caio” está marcada para o dia 4 de outubro, às 19h30, no Espaço Integrado de Artes da Unisul, a Bolha, que fica no bairro Dehon.

Sinopse: ”Em O pequeno GRANDE CAIO, Clésia tem a coragem de reviver momentos de alegria e tristeza que teve, ao lado de seu esposo Clávison, junto ao seu filho Caio. No dia de seu aniversário, 04 de outubro de 2006, Clésia ganhou o seu maior presente: o nascimento do filho.

Porém, ela não sabia que a vida ao lado desse filho seria uma grande luta. Viveria momentos de amor, mas também de dor. Que teria que ser forte ao vê-lo parar de andar, falar, mas não imaginava que esse pequeno era um GRANDE guerreiro. E, assim, ela o viu enfrentar uma doença grave e driblar por muito tempo a morte, correndo, inclusive, na famosa corrida de São Silvestre.

Caio foi tão corajoso que ensinou seus pais que, quando chega o momento, é hora de partir e seguir uma nova viagem. Além disso, deixou um grande ensinamento de que a vida pode e deve ser vivida intensamente, indiferente das adversidades que nos aparecem. Realmente, o pequeno em idade se transformou em o GRANDE Caio.”