Leptospirose: Prevenção é reforçada

Carolina Carradore
Tubarão

Basta chover um pouco mais e a água subir nos lugares mais baixos que lá vem ‘ela’: a leptospirose. A regional de saúde reforça a prevenção contra a doença e orienta a população a ficar longe dos roedores. De janeiro a junho deste ano, foram confirmados na região nove casos de leptospirose. Ano passado, 19 pessoas contraíram a doença na região. O índice é considerado o habitual, segundo informa a agente de atividades em saúde da Vigilância Epidemiológica da regional de saúde, Helena Maris. “A situação está sob controle”, enfatiza.

Com a chuva intensa registrada em maio e no mês passado, o número de notificações aumentou, uma vez que o contato é ainda maior em enchentes e alagamentos.
O rato é um portador assintomático da doença, que é eliminada pela urina do roedor. Em situações de enchentes, o mal se espalha pela água e pode contaminar o ser humano. “É preciso evitar contato com a água em banhados, lama e água de enchente”, alerta o enfermeiro do núcleo hospitalar de epidemiologia do Hospital Nossa Senhora da Conceição, Rodrigo Cascaes Teodoro. E o risco de contrair leptospirose não é exclusividade de pessoas que enfrentam diretamente as enchentes.

Quem pisa em locais com água parada com calçado inadequado também está suscetível ao contágio. A água contaminada pela urina de roedores, explica Rodrigo, penetra na pele. Um machucado na região cutânea aumenta o risco de contágio, mas a bactéria também pode entrar pelos poros, dependendo do tempo que a pessoa fica em contato com água.

O que é leptospirose
É uma doença infecciosa febril, aguda, potencialmente grave, causada por uma bactéria, a Leptospira interrogans. Na maiora dos casos, a evolução é benigna.

Índice
Em Santa Catarina, cidades como Jaraguá do Sul, Blumenau, Joinville, Itajaí, Rio do Sul e Florianópolis são as que registram o maior número de casos.

Lata de cerveja
Higienizar as latinhas de cervejas e beber o líquido somente no copo é uma das medidas principais para evitar a leptospirose. “Geralmente, essas latas ficam em depósito, lugar que pode ter roedores”, alerta Rodrigo.

Sintomas
• Febre alta;
• Sensação de mal estar;
• Dor de cabeça constante e acentuada;
• Dor muscular intensa
• Cansaço e calafrios;
• Dor abdominal;
• Náuseas, vômitos e diarreia.

Transmissores

Os roedores e outros mamíferos silvestres são os transmissores, podendo também ser transmitido por fezes de cães e gatos. Esses animais, mesmo quando vacinados, podem tornar-se portadores assintomáticos e eliminar a bactéria junto com a urina. A mordida de ratos também pode transmitir a leptospirose, pois os ratos têm o hábito de lamber a genitália e assim poderia inocular a bactéria ao morder uma pessoa. A rede de esgoto precária, a falta de drenagem de águas pluviais, a coleta de lixo inadequada e as consequentes inundações são condições favoráveis para o aparecimento.

Fique atento

Riscos
A maioria das infecções ocorre através do contato com água de enchente contaminada por urina de ratos. Locais com rede de esgoto ineficaz e coleta de lixo inadequada facilitam o contágio após as inundações.

Prevenção
• Manter quintais e terrenos baldios limpos;
• Manter lixos tampados;
• Usar botas e luvas ao entrar em contato em esgoto ou água parada. Se o contato for emergencial, improvisar sacos plásticos amarrados nos pés e mãos, ficando o menor tempo possível em contato com as águas.
• Manter a casa limpa;
• Guardar alimentos em potes fechados;
• Deixar animais domésticos sempre limpos e recolher as sobras de comida e ração.
• Acondicionar o lixo em sacos plásticos em locais elevados do solo, colocando-o para coleta pouco antes do lixeiro passar;
• Jamais jogar lixo à beira de córregos, pois, além de atrair roedores, o lixo dificulta o escoamento das águas, agravando o problema das enchentes.