Judiciário: Servidores param por duas horas

Em Florianópolis, mais de 200 servidores fizeram uma manifestação.
Em Florianópolis, mais de 200 servidores fizeram uma manifestação.

Amanda Menger
Tubarão

Os funcionários do judiciário estadual cruzaram os braços e desligaram os computadores ontem, entre 14 e 16 horas. Em quatro fóruns da Amurel, Braço do Norte, Imaruí, Imbituba e Tubarão, a adesão à paralisação passou de 80%. O índice foi semelhante em cidades próximas, como Orleans, Lauro Müller e Garopaba. Os servidores reivindicam reajuste no auxílio alimentação, incorporação de um abono de R$ 100,00 pago desde 2003, além da aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 190 que unifica o judiciário brasileiro.

“A pauta de reivindicações foi apresentada em abril. Em junho, começamos as discussões, mas o Tribunal de Justiça rompeu as negociações em agosto. Decidimos pela paralisação de duas horas na assembleia do dia 2 e isso já deu resultados. Nomearam dois desembargadores para discutir com o sindicato”, revela o presidente estadual do Sindicato do Poder Judiciário de Santa Catarina (Sinjusc), Alessandro Pickcius.

Com a indicação dos desembargadores Pedro Manoel Abreu e Edson Nelson Ubaldo, os sindicalistas esperam que amanhã seja definida a agenda de discussões. “Temos programada para o dia 4 de novembro uma nova paralisação. Neste dia, haverá sessão do pleno do TJ. Se as reivindicações não forem atendidas, iremos paralisar por 24 horas”, anuncia o presidente do Sinjusc.

Estimativas do Sindjusc apontam que 40% dos servidores do judiciário são terceirizados ou estagiários. “Isso gera a precarização dos atendimentos. Somos favoráveis à PEC 190 porque criará uma estrutura única no país para os servidores do judiciário, incluindo referências salariais. Também defendemos que a jornada de trabalho passe de sete horas ininterruptas para seis horas, mas o expediente forense seja de 12 horas, o que abriria mais vagas e melhoraria o atendimento ao cidadão”, avalia Alessandro.