Incentivo à leitura: “Toda cidade deveria ter uma feira do livro”

Tatiana Dornelles
Tubarão

Escrever um livro pode parecer fácil aos olhos dos leitores. Agora, imagine ter publicadas mais de 70 obras literárias, não somente no Brasil, mas em outros países. Essa é a realidade do escritor gaúcho Moacyr Scliar, médico e membro da Academia Brasileira de Letras desde 2003, que esteve ontem à noite na Feira do Livro de Tubarão.

Mas, para ser um bom escritor, é preciso também ter bons leitores. E Moacyr afirma que mais pessoas têm embarcado neste mundo da leitura. “Apesar de o brasileiro ler pouco, ele lê em média quatro livros por ano. Ainda é necessário mais incentivo, principalmente por parte das escolas, que é um fator importante, e das famílias”, orienta Moacyr, que escreve crônicas no jornal Zero Hora, aos sábados e domingos.

A motivação e a criatividade usadas pelos professores, atualmente, para que os alunos leiam também é fator contribuinte para o interesse à leitura. “Antes, era mais por obrigação. Os professores tinham que mandar os alunos lerem os clássicos, para cumprir o currículo. Hoje, utilizam outras maneiras de fazer com que os estudantes se interessem pelos livros”, revela.

No que se refere à Feira do Livro, Moacyr diz que toda cidade deveria ter uma. “É um local onde o leitor olha os livros de maneira informal, os escritores encontram seus leitores. Dá certo em qualquer lugar, não importa o tamanho. Vou a quase todas as feiras do livro que me convidam. É um lugar em que se pode encontrar o leitor e é bom para ele descobrir que o escritor não é de outro mundo”, ressalta.

Entre as inspirações para suas crônicas e livros, está a Bíblia, as histórias que as pessoas contam e a história do Brasil. “Não tenho horários específicos para sentar e escrever. Escrevo quando posso, quando tenho tempo. Já levei 12 dias para escrever um livro voltado aos jovens, uma história que tinha na cabeça (O irmão que veio de longe). Mas já levei 16 anos para terminar outro (Vendilhões do Tempo)”, revela o escritor.