Guedes não cita empresa em paraíso fiscal na 1ª agenda após Pandora Papers

#Pracegover Foto: na imagem há um homem com o cabelo grisalho, de óculos e de terno com gravata
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Um dia depois da divulgação de que possui uma offshore em paraíso fiscal, o ministro da Economia, Paulo Guedes, discursou na abertura da “1ª Semana Orçamentária do Tribunal de Contas da União”, na manhã desta segunda-feira (4). Sem mencionar a denúncia, Guedes falou sobre as ações da Corte de Contas e voltou a defender a desvinculação das despesas obrigatórias do Orçamento.

O nome do ministro foi citado na investigação que levou o nome de “Pandora Papers”, apuração de um consórcio internacional de jornalistas investigativos. Guedes seria dono de uma empresa offshore, a Dreadnoughts International, registrada nas Ilhas Virgens Britânicas. A empresa teria sido criada em 2014 e tem mais de US$ 9,5 milhões investidos.

Segundo a investigação, o ministro manteve a conta ativa mesmo depois de ingressar no governo, em 2019. Guedes pode ter lucrado mais de R$ 16 milhões com a desvalorização do real diante do dólar no governo de Jair Bolsonaro.

A desvalorização do real durante o comando de Guedes no Ministério da Economia fez com que seu investimento, de R$ 35 milhões, em agosto de 2015, saltasse para R$ 51 milhões, apontam as investigações.

Pandora Papers

A investigação sobre offshores abertas em paraísos fiscais, como as Ilhas Virgens Britânicas, no Caribe, indica que o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, possuem empresas e mantiveram seus negócios nesses locais mesmo depois de fazerem parte do governo federal, em 2019.

Guedes e Campos Neto disseram que os empreendimentos estão declarados na Receita Federal e negam irregularidades. A apuração teve a participação de 615 jornalistas de 149 veículos em 117 países. Entre as empresas envolvidas na apuração estão o jornal The Washington Post, a rede britânica BBC, a Radio France, o jornal alemão Die Zeit e a TV japonesa NHK.

A Pandora Papers mostra que Campos Neto respeitou as normas vigentes ao não fazer investimentos depois de assumir o cargo no Banco Central. Guedes mantém a empresa aberta e não respondeu se fez alguma movimentação ou a natureza de uma possível operação do tipo.

A lei permite que brasileiros mantenham empresas offshore, contanto que elas sejam declaradas à Receita Federal e ao Banco Central. Guedes e Campos Neto atuaram de forma decisiva para modificar as regras para os donos de offshore em julho de 2020. Entre as medidas, houve a elevação no limite de depósito de valores no exterior que precisa ser declarado.

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Fonte: Correio do Povo