Grupo da ONU pede apuração rápida e imparcial da morte de Marielle

Sete relatores da Organização das Nações Unidas (ONU) ligados a questões de direitos humanos se uniram para emitir um comunicado contra as autoridades brasileiras, pedindo que a intervenção federal no Rio de Janeiro seja repensada e exigindo respostas diante do assassinato de Marielle Franco, vereadora carioca do PSOL — morta a tiros junto na quarta-feira, 14, com o motorista Anderson Gomes. Os peritos ainda enviaram uma carta ao governo brasileiro e deram 60 dias para que esclarecimentos sejam apresentados.

O comunicado, emitido nesta segunda-feira (26), diz que é “profundamente alarmante o assassinato de Marielle Franco, mulher negra e proeminente defensora de direitos humanos, que criticou o uso da força militar no Rio de Janeiro”. “Marielle era uma crítica feroz do decreto de 16 de fevereiro de 2018 que autoriza a intervenção federal em questões de segurança pública no Estado do Rio de Janeiro”, alertou o comunicado.

Segundo os signatários do documento, o assassinato de Marielle é alarmante porque ele tem o objetivo de “intimidar todos aqueles que lutam por direitos humanos e pelo estado de direito no Brasil”. 

“Nós pedimos às autoridades brasileiras que usem este momento trágico para revisar suas escolhas em promoção de segurança pública e, em particular, para intensificar substancialmente a proteção de defensores de direitos humanos no país”, pedem.