Gripe mexicana: Suinocultura do Vale não é afetada

Zahyra Mattar e
Wagner da Silva

B. do Norte

Desde sábado, quando a disseminação do vírus causador da gripe mexicana explodiu no mundo, suinocultores de todo o país lamentam o fato do episódio ser remetido ao porco. De lá para cá, associações regionais e estaduais somam esforços para informar a população. “O primeiro ponto a salientar é que não é uma gripe suína. Conforme os órgãos mundiais de saúde, a contaminação dá-se no contato com humanos, não porcos”, detalha o presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos, Adir Engel.

Engel atesta ainda o plantel catarinense, internacionalmente reconhecido por se tratar de um rebanho com estado sanitário invejável. O consumo de carne de porco ou seus derivados não está proibido. Não precisa ser evitado. Não há informações de que o vírus possa propagar-se por alimentos. Mas aqui no Vale estamos tranquilos. Já enfrentamos muitas crises e esta é apenas mais uma”, avalia o presidente da ACCS.

Este otimismo é traduzido na confiança de retomar o mercado internacional, ironicamente arrematado pelo México e Estados Unidos. Empresários e criadores acreditam que a suspensão das compras de carne suína nos mercados fornecedores destes dois países, onde foram identificados focos da doença, podem colocar o estado na mira dos grandes importadores, como Rússia e China. “Ainda não sentimos isso aqui no Vale. Mas a redução no consumo é um reflexo natural. No entanto, acredito que seremos beneficiados em médio prazo”, pontua o presidente.

O plantel de Santa Catarina é de seis milhões de cabeças de suínos, com um abate de 650 mil animais por mês. Apenas para a Rússia, o estado vende 350 mil toneladas. Com a abertura para o mercado estadual por conta da pandemia, a projeção do setor é que as exportações possam atingir um volume de até 700 mil toneladas por mês (Leia mais sobre a gripe mexicana nas páginas 4 e 14 desta edição).

Preços
Há uma semana, houve queda de R$ 0,20 no preço do quilo do suíno vivo em Santa Catarina (era R$ 2,10 e está R$ 1,90). Conforme o presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos, Adir Engel, a redução não tem ligação com a pandemia da gripe mexicana. “Questões econômicas deixaram o preço mais baixo. Isto ocorreu antes desta questão de saúde pública e, portanto, as notícias não devem ser atreladas”, defende Engel.