Greve de caminhoneiros não se confirma, mas categoria ainda pode parar

A greve de caminhoneiros, convocada para esta segunda-feira, não se confirmou. Até as 9h30min da manhã não havia registros de paralisação em nenhuma estrada do Brasil. Mas a categoria está em alerta e o risco de paralisação ainda existe. As informações são do Estradão, do jornal O Estado de São Paulo.

A possibilidade de nova greve de caminhoneiros, no entanto, não está descartada. Duas medidas poderão determinar se haverá greve ou não em breve. A primeira será conhecida amanhã, que é a publicação, no Diário Oficial da União (DOU), da resolução que determina o cumprimento das regras de emissão da CIOT pelas transportadoras.

CIOT é a sigla de Código Identificador da Operação de Transporte. O documento serve para regulamentar o pagamento do valor do frete ao caminhoneiro. “A empresa que contratar frete abaixo da tabela ficará sujeita a multa de até R$ 5 mil”, afirma Wallace Costa Landim, o Chorão, conhecido por ter sido um dos líderes da greve de 2018.

Nova tabela de frete

A segunda medida que pode levar à greve de caminhoneiros e a nova tabela de frete. A divulgação está prevista para o dia 20 de janeiro. “Vamos analisar se o governo vai começar a atender nossas demandas. Desde a paralisação feita no ano passado, nada mudou”, diz o presidente da União Nacional dos Caminhoneiros (Unicam), José Araújo Silva, o China.

A nova tabela de frete será divulgada pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Um estudo feito pelo grupo de pesquisa em Logística Agroindustrial Esalq-Log, ligado à Universidade de São Paulo, informa que o setor espera um reajuste médio em torno de 14%.

China teme que não haja reajuste nos valores pagos aos caminhoneiros. Segundo ele, em audiência pública feita na  ANTT no dia 22 de novembro, os representantes dos embarcadores se recusam a negociar aumento para o frete.

“Tem de haver fiscalização por parte do governo para que se faça cumprir o pagamento justo e estabelecido”. China diz que se isso não ocorrer, a categoria terá motivos para uma nova greve. “O caminhoneiro tem de sobreviver”, afirma. “Quando (a tabela) sair, tem de ser cumprida”, afirma Chorão.

China teme que não haja reajuste nos valores pagos aos caminhoneiros. Segundo ele, em audiência pública feita na  ANTT no dia 22 de novembro, os representantes dos embarcadores se recusam a negociar aumento para o frete.

“Tem de haver fiscalização por parte do governo para que se faça cumprir o pagamento justo e estabelecido”. China diz que se isso não ocorrer, a categoria terá motivos para uma nova greve. “O caminhoneiro tem de sobreviver”, afirma. “Quando (a tabela) sair, tem de ser cumprida”, afirma Chorão.

Greve de caminhoneiros parou o Brasil

Deflagrada em maio de 2018, a greve tinha como principal reivindicação a redução da carga tributária sobre o óleo diesel. Segundo a categoria, o combustível representa 42% do custo do frete.

O governo anunciou uma redução de R$ 0,46 no preço do diesel, provenientes do fim da Cide sobre o combustível e de uma diminuição da alíquota de PIS/Cofins. Além disso, se comprometeu a publicar uma tabela que regulamentava preços mínimos para o preço do frete.

A primeira versão foi contestada por produtores rurais e pela indústria. Os dois setores alegaram que a cobrança do frete iria inviabilizar o setor produtivo. Foi elaborada uma segunda versão, que reduzia em média 20% dos valores mínimos do frete.

Poucas horas após ser publicada e com críticas de diversos setores, o governo revogou a tabela. Foi só pouco antes do recesso parlamentar e com forte pressão dos caminhoneiros que o Congresso aprovou a tabela de preços mínimos para o transporte rodoviário.

Houve também a isenção da cobrança de pedágio por eixo suspenso de caminhões vazios  em todo o Brasil. Além disso, ficou combinado que a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) contrataria 30% de seus fretes com caminhoneiros autônomos.