Grampos telefônicos: Senador pede “duras” providências

Brasília (DF)

O senador Demóstenes Torres (DEM-GO) pedirá ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que tome providências “duras” contra a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) pelos grampos telefônicos envolvendo ele, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, além de ministros e senadores.

“O presidente Lula tem que tomar uma decisão dura contra a Abin até para escoimar qualquer tipo de dúvidas que existam sobre a interferência dele (no caso). Eu não tenho dúvida que o presidente da república não tem participação nisso”, disse ontem o senador, pouco antes de deixar o senado para uma reunião com o presidente Lula agora à tarde.
Para ele, a Abin teria que ser “enquadrada”.

“Acho que alguém tem que cair. Se foi o ministro da justiça, Tarso Genro, o responsável como imputam alguns, tem que ser ele. Se for o general Félix (Armando Félix, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência), tem que ser ele, se for o Paulo Lacerda (diretor-geral da Abin), tem que ser ele e, se for funcionários querendo boicotar o Lacerda que se afastem dez ou 50, porque alguma medida tem que ser tomada”.

Torres disse que o grampo, denunciado pela imprensa, foi “uma canalhice, um ato bandoleiro, mas é muito mais que isso, é um atentado ao estado democrático de direito”. Segundo ele, a Abin é encarregada de fazer um serviço de inteligência “essencial para o país”, investigando focos de guerrilha, questões de fronteiras e narcotráfico e “isso é desviado sistematicamente, porque são várias as notícias”.