General Motors: Crise não preocupa tubaronenses

Zahyra Mattar
Tubarão

A situação da GM no Brasil é, no mínimo, curiosa. A empresa dá lucro desde 2006 e tem em caixa US$ 1 bilhão (algo em torno de R$ 2,110 bilhões) para investir nos próximos quatro anos. E no ano passado, a companhia remeteu centenas de milhões de dólares em dividendos para a matriz nos Estados Unidos, enquanto a indústria automobilística contabilizava os astronômicos prejuízos gerados pela crise financeira global.

Há algumas semanas, a “brasileirinha” causou inveja mundo afora. Para atender ao aumento da demanda no país, a montadora aumentou a jornada de trabalho, inclusive para os sábados. Apesar deste aspecto inusitado frente à empresa em outros países, nem tudo são flores no caminho da GM. Na semana passada, a empresa anunciou prejuízo global de US$ 6 bilhões no trimestre e o suposto interesse de uma de suas principais concorrentes, a Fiat, em comprar as operações da GM no Brasil.

Em Tubarão, o consumidor não acredita na falência da montadora, pelo menos não em terras canarinhas. A detentora da bandeira da marca, a Kolina Chevrolet, segue no mesmo ritmo de venda registrado no fim do ano passado. “Neste primeiro trimestre, tivemos um crescimento fantástico em vendas. A situação da GM no Brasil não foi afetada. A empresa brasileira tem vida própria e muita solidez”, destaca o gerente de vendas da Kolina, José Amaral.

Os números deste início da ano, diz Amaral, indicam um segundo trimestre igualmente bom em termos reais de venda. Tanto pelo diferencial do país diante à crise, quanto pela redução do IPI, cujo valor continuará congelado pelo menos até julho deste ano. A previsão é que a indústria automotiva brasileira emplaque 225 mil unidades somente neste mês.