Gaspar terá a primeira usina termelétrica catarinense a gás natural

A usina de Gaspar será o primeiro cliente térmico da SCGÁS em Santa Catarina e tem consumo estimado em 540 mil metros cúbicos de gás natural por dia, o que representa aproximadamente 25% do volume consumido atualmente no Estado - Foto: SC Gás | Divulgação

O gás natural será o energético utilizado na nova usina termelétrica de Gaspar, no Vale do Itajaí, que poderá abastecer até 100 mil residências com energia elétrica. A escolha do insumo para o abastecimento está relacionada, principalmente, ao menor impacto ambiental causado pelo combustível. O investimento privado, da Rovema Energia, visa reforçar a produção de energia e evitar apagões. A usina será o primeiro cliente térmico da SCGÁS em Santa Catarina e tem consumo estimado em 540 mil metros cúbicos de gás natural por dia, o que representa aproximadamente 25% do volume consumido atualmente no Estado, que no último mês foi de 2.165.262 metros cúbicos por dia. Presidente da Associação dos Produtores de Energia do Estado de Santa Catarina (Apesc), Gerson Berti destaca que a escolha desse combustível está relacionada a um menor impacto ambiental.

“Algumas das fontes fósseis não são tão limpas quanto o gás natural, pois este possui alta eficiência na combustão, em razão de suas propriedades físico-químicas, não gerando resíduos sólidos e praticamente sendo nula a formação de monóxido de carbono quando há sistemas de queima tecnicamente bem regulados”. Além da sustentabilidade, a logística de distribuição do gás natural deve ser levada em consideração. “O combustível é distribuído de forma canalizada, dispensando a mobilização de espaços para armazenamento e abastecimento”, explica Rafael Barreto Nicolazzi, gerente comercial industrial e veicular da SCGÁS. A termelétrica será a maior cliente em volume de gás natural do Estado que, atualmente, abastece quase 19 mil clientes diretos e mais de 113 mil consumidores de forma indireta.

O gás natural tem um alto potencial energético com preços mais competitivos quando comparado a outros combustíveis concorrentes, como o Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) e o óleo, por exemplo. Nicolazzi enfatiza que a regulação da tarifa garante “modicidade e previsibilidade tarifária para o usuário”. A tarifa aplicada ao combustível varia apenas duas vezes ao ano em Santa Catarina, de acordo com resolução da Agência Reguladora dos Serviços Públicos de Santa Catarina (Aresc). Graças a regulação estadual, a térmica será também o primeiro cliente do mercado livre que poderá assinar contrato com a SCGÁS. Isso significa que o gás será comercializado por outro fornecedor, e distribuído nos dutos construídos pela companhia estadual. De acordo com Danilo Klein, diretor técnico da Rovema, empresa responsável pela operação da nova térmica, a escolha de Santa Catarina para a implantação do empreendimento se deu pela disponibilidade de gás e pela conexão do mercado elétrico da região. A receptividade do governo e das instituições do Estado para novos empreendimentos também foram importantes para a decisão, “Em especial a SCGÁS, o Instituto do Meio Ambiente e a Prefeitura de Gaspar”, enumera.

Além de aumentar a arrecadação do Estado, o projeto deve colocar Santa Catarina como um polo de geração de energia termelétrica, juntamente com o Terminal de Gás Natural Liquefeito (GNL) Gás Sul (TGS). Para Berti, o futuro da utilização dessa fonte de energia se mostra promissor. “Santa Catarina está cumprindo seu papel. A SCGÁS, concessionária estadual, tem buscado garantir suprimento de gás natural para o Estado com eficiência e com preços competitivos. Investimentos para a expansão da rede estão acontecendo”, destaca o presidente da Apesc.

Ampliação do suprimento
O abastecimento à termelétrica com gás natural só será possível devido à construção do TGS na Baía da Babitonga. De acordo com a Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia-Brasil (TBG), essa entrada aumentará a capacidade de suprimento em 44%, ampliando a oferta aos consumidores do Norte e Planalto Norte catarinense. O GNL do terminal será injetado no Gasoduto Bolívia-Brasil (Gasbol) e distribuído pelas redes de distribuição da SCGÁS. A capacidade de fornecimento do TGS será de cinco milhões de metros cúbicos por dia, o suficiente para atender toda a demanda dos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, segundo a Gerência de Suprimento de Gás da distribuidora.


Resposta à crise hídrica
A construção da primeira usina a gás também é um avanço no aprimoramento da segurança energética. Berti acredita que o uso do combustível fóssil como fonte de energia é uma escolha adequada durante os períodos de estiagem ou de baixa geração hidroelétrica. A crise hídrica que afeta o Estado instaurou um regime de urgência na implementação de novos empreendimentos relacionados à geração de energia, inclusive o desenvolvimento da termelétrica. Devido à urgência da implantação do empreendimento, o Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA) deu a prioridade que o processo exigia, de acordo com as diretrizes da Portaria da Câmara de Regras Excepcionais para Gestão Hidroenergética (CREG).

Fonte: SC Gás
Edição: Zahyra Mattar | Notisul

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