Gás de cozinha: Bombeiros fiscalizarão revendas

O gerente Matheus Hemkemeier Buss mostra a placa de aviso: é obrigatória a fixação em revendas, mas muitos locais descumprem
O gerente Matheus Hemkemeier Buss mostra a placa de aviso: é obrigatória a fixação em revendas, mas muitos locais descumprem

Karen Novochadlo
Tubarão

O velho chavão “o perigo mora ao lado” pode aplicar-se a muitas revendas de gás GLP – ou gás de cozinha – espalhadas pelas cidades. Um convênio firmado com a Agência Nacional do Petróleo (ANP) possibilitará que os bombeiros de Santa Catarina notifiquem autuem e até mesmo fechem comércios irregulares. O 8º Batalhão em Tubarão será encarregado pela fiscalização nos municípios da região.
Os trabalhos iniciam no próximo mês. Ao todo, seis bombeiros serão responsáveis pela fiscalização: três em Tubarão, um em Imbituba, um em Braço do Norte e o último em Laguna. Todos foram capacitados e realizaram um curso sobre o assunto.
Os fiscais cobrarão a documentação correta, que inclui alvará e licenças. A disposição dos botijões, a quantidade e o local de armazenamento devem seguir os padrões de segurança estabelecidos pela ANP. Atualmente, existem oito categorias para revendas de gás. As classes vão de 1 a 7, e uma especial. “Uma empresa da classe 1, por exemplo, só pode armazenar cerca de 40 botijões de 13 quilos ou 150 quilos de GLP”, explica o responsável por coordenar a fiscalização da região, 1º tenente Diogo de Souza Clarindo.
A fiscalização seguirá um cronograma estabelecido pelo Corpo de Bombeiros. “Este trabalho é importante para detectar locais de venda clandestina. Estes locais representam um grande perigo para a vizinhança”, alerta o tenente.
O acordo com a ANP prevê um número mínimo de 200 fiscalizações em dois anos. Porém, a quantidade pode aumentar, de acordo com a necessidade.

Comércio clandestino prejudica trabalhadores
A revenda Marqueval Gás, onde trabalha o gerente Matheus Hemkemeier Buss, faz de tudo para se manter dentro das normas de segurança da Agência Nacional do Petróleo ANP. Contudo, os postos de venda irregular tornam a concorrência desleal.
“Desde a fundação da empresa, em 1992, adotamos as cotas de botijões e extintores de incêndio, mantemos as distâncias de segurança da rua, dentre outras medidas.”, revela Matheus.
O investimento em segurança eleva o preço de seu negócio em comparação com os irregulares, que não pagam os devidos impostos. Muitos comércios funcionam no quintal de casas. Segundo a ANP, é proibido residir em locais de comércio de gás.