Fosfateira: “O idealismo não pode dominar a razão”

Zahyra Mattar
Tubarão

O trabalho desenvolvido pela câmara técnica do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Tubarão e Complexo Lagunar, que delibera a instalação da Indústria de Fosfatados Catarinense (IFC), em Anitápolis, poderia estar muito mais adiantado se a documentação solicitada pelo secretário executivo da entidade, engenheiro Francisco Beltrame, fosse liberada.

O grupo dispõe de mais de três mil páginas de estudos, mas o material é incompleto para gerar o parecer técnico do comitê e, desta forma, abrir a discussão mais apropriada sobre a mineração de fosfato, atividade proposta pela IFC pelos próximos 33 anos no município serrano.

Até que o documento esteja pronto, afirma Beltrame, posicionamentos podem ser mal compreendidos. “Não podemos deixar nossas ideologias e o lado emocional falar mais alto neste momento. Infelizmente, soubemos desta manobra tão tarde quanto o restante da sociedade. Nem por isso nos omitimos. Paralelamente, é preciso salientar que o foco do comitê não é ser contrário ou a favor a qualquer atividade, mas ponderar, oferecer o debate e propor outras soluções”, considera Beltrame.

O grupo tenta também uma autorização para visitar o local da instalação da IFC e uma audiência com a empresa. “O debate gera mudanças quando é feito com conhecimento. Por conta disso, não nos manifestamos ainda. Como avaliar algo que não se conhece?”, pondera o engenheiro.