Fosfateira em Anitápolis: Liminar é protocolada para impedir a instalação da IFC

Wagner da Silva
Braço do Norte

Representantes da União, do estado, Fatma, Ibama e de Anitápolis, onde uma empresa para explorar fosfato poderá instalar-se, terão 72 horas para se manifestar contra o pedido de liminar, protocolado pela Associação Montanha Viva, com o intuito de impedir a operação da Indústria Fosfateira Catarinense (IFC). A decisão foi apresentada pela juíza federal substituta Marjôrie Cristina Freiberger Ribeiro da Silva.

Na ação, a associação solicita a suspensão do processo administrativo e anulação da Licença Ambiental Prévia (LAP). O advogado da associação, Eduardo Bastos Lima, alega que a atividade traz risco não apenas ao meio ambiente, mas também à saúde dos habitantes de toda a Bacia Hidrográfica do Rio Tubarão e Complexo Lagunar. “É um processo extenso e complicado, mas abre espaço para discussão e cobranças, no bom sentido, de ações dos dirigentes e representantes públicos”, pondera Eduardo.
O representante da Montanha Viva, Jorge Albuquerque, afirma que a ação proporciona tempo para discussões e mobilizações regionais. “Até o momento, poucas informações são de conhecimento da maioria da população que será afetada”, opina.

O outro lado
A Indústria Fosfateira Catarinense (IFC) é procurada insistentemente para esclarecer informações, mas ainda não houve retorno. No site da empresa, é confirmada a possível exploração de outros materiais em Anitápolis e que o tempo de permanência na cidade supere 33 anos previstos caso as reservas de minério sejam atestadas. A IFC informa que a operação gerará 398 empregos na cidade. Quando estiver em funcionamento, a empresa deve proporcionar R$ 2,5 milhões por ano em arrecadação ao município e R$ 7,5 milhões ao estado e a União.

Abaixoassinado é preparado

A exploração de fosfato em Anitápolis, por parte de duas multinacionais, a Bunge e a Yara, proprietária da Indústria Fosfateira Catarinense (IFC), foi tema principal de reunião das Câmaras de Dirigentes Lojistas (CDLs) do distrito de Orleans, formado por Braço do Norte, Grão-Pará, Orleans e São Ludgero. A reunião mensal discutiu os passos em direção à implantação e os prejuízos que a atividade poderá trazer à região de Braço do Norte, Tubarão e Laguna.
O presidente da CDL de Braço do Norte, Gemerson Della Giustina, levou ao conhecimento dos membros distritais as informações já coletadas em relação à empresa e à exploração de fosfato e outros minerais presentes na região, como o quartzo e o carvão mineral, por exemplo.

Como precaução, as CDL’s devem iniciar um abaixoassinado a fim de impedir o funcionamento da IFC, o qual será encaminhado ao Ministério Público. “Os dirigentes públicos e entidades devem integrar esta campanha para que possamos ter tempo para discutir”, analisa Gemerson. As informações serão repassadas pelo presidente de distrito, Celito Schlickmann, à Federação Catarinense de CDL’s.